Primeira mulher a governar o Brasil, agora reeleita, Dilma Rousseff (PT), 66, teve cerca de 3% de diferença de votos do candidato Aécio Neves (PSDB). Foi 54 a 51 milhões de votos, em um país de cerca de 146 milhões de eleitores, em uma disputa das mais acirradas desde 1989, quando o Brasil voltou a ter eleições diretas para presidente.
A candidata dividirá um poder de 16 anos do Partido dos Trabalhadores (PT), com o colega Luiz Inácio Lula da Silva. O dobro de tempo do partido do candidato Aécio Neves (PSDB), que concorreu com ela nesta eleição e saiu derrotado.
A eleição foi considerada tranquila, apesar de um homem ter sido assassinado dentro de uma seção, de botarem fogo em uma urna eletrônica e de em uma outra o eleitor colar as suas teclas.
A imprensa internacional noticiou. A rede de TV do oriente, Al Jazeera, definiu o pleito brasileiro como uma divisão de forças entre o Sul e o Norte do país. Pode não ser uma verdade, mais é fato que o candidato tucano teve vantagem surpreendente em votos, em Santa Catarina (Sul) e São Paulo (Sudeste), onde conseguiu mais de 60% dos votos.
A capital do Acre, no Norte, deu a candidata petista também mais de 60%, porém fica evidente por ser reduto da candidata Marina Silva, aliada de Aécio.
A votação mais expressiva de Dilma foi no Maranhão, onde ficou com 75% dos votos contra apenas 21% de seu opositor. A presidenta disse, após a divulgação do resultado, para todo o Brasil e para uma plateia inflamada em Brasília, que seu primeiro compromisso é unir o país e para isso o diálogo será prioridade e para a Reforma Política defendeu a realização de um plebiscito.
Prometeu mais impulso na atividade econômica, principalmente na indústria e mais rigor no combate a infração. Fechou seu discurso com esta frase emblemática: “Brasil, mais uma vez esta filha sua não fugirá da luta”.
Na avaliação da imprensa a eleição por todo o país foi tranquila, porém alguns acontecimentos tiveram destaque, como o caso de um eleitor que foi votar com uma cobra no pescoço e outro, em Paraty-RJ, que entrou na seção fumando um cigarro de maconha.
Segundo a Polícia, não teve motivação política o assassinato de um homem em uma escola, que servia de seção eleitoral em Mossoró, região oeste do Rio Grande do Norte. Na localidade de Porteira, norte do interior mineiro, foi colocado fogo em uma urna e uma outra urna no interior de Goiás teve suas teclas coladas por um eleitor ainda não identificado.
Ainda em Minas Gerais, mesários bêbados foram impedidos de trabalhar.