A segunda maior favela paulista, localizada no Morumbi, bairro nobre da Zona Sul de São Paulo, já dispõe de uma rádio comunitária. Os moradores de Paraisópolis lutavam há onze anos por essa concessão. Autorizada pelo Ministério das Comunicações, a emissora entrou no ar na primeira quinzena de Agosto, pelo dial 87,5 FM e com o objetivo de atender aos interesses da comunidade onde está instalada, sem fins lucrativos. A sustentação deste importante meio de comunicação comunitário é feita com doações de pessoas,
do comércio local, de empresas e entidades comprometidas com a favela. As ondas da Nova Paraisópolis estão com alcance em um raio acima mil metros, abrangendo toda extensão da comunidade.
Os estúdios da rádio se localizam no segundo andar da sede da União dos Moradores de Paraisópolis. Todos os aparelhos são novos e foram conseguidos em parcerias com institutos e empresas privadas, como a Eletropaulo. A repórter Carolina Iskandarian acompanhou a correria da equipe, nos últimos ajustes nos estúdios, montados na sede da associação de moradores. “A rádio vai ser a nossa principal força, levando as reivindicações, as reclamações. É uma arma para a gente denunciar o que acontece aqui”, comentou o presidente da associação, Gilson Rodrigues, que também é um dos conselheiros da rádio. Segundo ele, emissora precisa ser o mais plural possível, atendendo aos diversos grupos existentes na comunidade, como os idosos, os estudantes, os jovens e os trabalhadores. A concessão para a nova rádio comunitária funcionar é por dez anos, prorrogáveis, e foi emitida no início de 2010.
SEM PIRATARIA, COM MUITO SERTANEJO E FORRÓ
A fiscalização de funcionamento será feita pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A reportagem de Carolina Iskandarian traz o depoimento do gerente do escritório regional da Anatel em São Paulo, Everaldo Gomes Ferreira, que acompanhou a “luta” da comunidade de Paraisópolis, na busca por “uma rádio autorizada”. Segundo ele, nos últimos anos, só duas rádios piratas foram fechadas ali. “Eles mesmos (os moradores) ajudavam e denunciavam.”
“É uma conquista grande porque a comunidade é atuante, organizada, seguiu o trâmite legal, teve a paciência de esperar. Acompanhei a luta deles e vamos colaborar”, prometeu Ferreira. Conforme a reportagem, até Junho deste ano, a Anatel fechou 18 rádios piratas na capital e 27 na Grande São Paulo. Em 2009, foram 23 e 48, respectivamente e o gerente lembrou que a multa é de R$ 10 mil e que em caso de interferência na navegação aérea, a detenção é de dois a quatro anos.
Iskandarian apurou com o radialista Gilson Rodrigues que existem na favela Paraisópolis aproximadamente 100 mil moradores, sendo que 85% destes são nordestinos. Para esta maioria não pode faltar entretenimento. A música sertaneja e o forró é programação certa. Como exemplo, ele citou a resposta do técnico em manutenção Rosivaldo da Silva Alves, de 32 anos: “Eu gosto mais de notícia e música. Sertanejo, um forrozinho.” Já a empregada doméstica Fagna Sousa do Carmo, de 25 anos, quer uma programação voltada às mulheres.
SEXO, DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
Nos planos da Nova Paraisópolis estão pílulas informativas que falarão, por exemplo, sobre sexo, doenças sexualmente transmissíveis e gravidez na adolescência. Carolina Iskandarian informou que na favela a adolescente não tem abertura para conversar com a mãe sobre sexo. E os locutores planejam para a programação semanal ter ginecologistas e psicólogos dando entrevistas. E o que afirmou a estudante de psicologia Renata Ferreira Santos, que vai comandar um programa nesse estilo.
Foto e Texto adaptado da reportagem de Carolina Iskandarian de 26.07.2010 - do site da Globo.com
Os estúdios da rádio se localizam no segundo andar da sede da União dos Moradores de Paraisópolis. Todos os aparelhos são novos e foram conseguidos em parcerias com institutos e empresas privadas, como a Eletropaulo. A repórter Carolina Iskandarian acompanhou a correria da equipe, nos últimos ajustes nos estúdios, montados na sede da associação de moradores. “A rádio vai ser a nossa principal força, levando as reivindicações, as reclamações. É uma arma para a gente denunciar o que acontece aqui”, comentou o presidente da associação, Gilson Rodrigues, que também é um dos conselheiros da rádio. Segundo ele, emissora precisa ser o mais plural possível, atendendo aos diversos grupos existentes na comunidade, como os idosos, os estudantes, os jovens e os trabalhadores. A concessão para a nova rádio comunitária funcionar é por dez anos, prorrogáveis, e foi emitida no início de 2010.
SEM PIRATARIA, COM MUITO SERTANEJO E FORRÓ
A fiscalização de funcionamento será feita pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A reportagem de Carolina Iskandarian traz o depoimento do gerente do escritório regional da Anatel em São Paulo, Everaldo Gomes Ferreira, que acompanhou a “luta” da comunidade de Paraisópolis, na busca por “uma rádio autorizada”. Segundo ele, nos últimos anos, só duas rádios piratas foram fechadas ali. “Eles mesmos (os moradores) ajudavam e denunciavam.”
“É uma conquista grande porque a comunidade é atuante, organizada, seguiu o trâmite legal, teve a paciência de esperar. Acompanhei a luta deles e vamos colaborar”, prometeu Ferreira. Conforme a reportagem, até Junho deste ano, a Anatel fechou 18 rádios piratas na capital e 27 na Grande São Paulo. Em 2009, foram 23 e 48, respectivamente e o gerente lembrou que a multa é de R$ 10 mil e que em caso de interferência na navegação aérea, a detenção é de dois a quatro anos.
Iskandarian apurou com o radialista Gilson Rodrigues que existem na favela Paraisópolis aproximadamente 100 mil moradores, sendo que 85% destes são nordestinos. Para esta maioria não pode faltar entretenimento. A música sertaneja e o forró é programação certa. Como exemplo, ele citou a resposta do técnico em manutenção Rosivaldo da Silva Alves, de 32 anos: “Eu gosto mais de notícia e música. Sertanejo, um forrozinho.” Já a empregada doméstica Fagna Sousa do Carmo, de 25 anos, quer uma programação voltada às mulheres.
SEXO, DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
Nos planos da Nova Paraisópolis estão pílulas informativas que falarão, por exemplo, sobre sexo, doenças sexualmente transmissíveis e gravidez na adolescência. Carolina Iskandarian informou que na favela a adolescente não tem abertura para conversar com a mãe sobre sexo. E os locutores planejam para a programação semanal ter ginecologistas e psicólogos dando entrevistas. E o que afirmou a estudante de psicologia Renata Ferreira Santos, que vai comandar um programa nesse estilo.
Foto e Texto adaptado da reportagem de Carolina Iskandarian de 26.07.2010 - do site da Globo.com