Em entrevista dada sábado à Radio Sul Fluminense, Sul do Estado, em Barra Mansa-RJ - ao programa Uiara Araújo, Odair José, intérprete e compositor de cerca de 500 músicas, anunciou que teve álbum censurado na Ditadura e participação teatral não valorizada pela grande mídia. Por telefone, os dois, que já se encontraram na Rádio Tupi no Rio de Janeiro, falaram de sucessos, vida e carreira.
O cantor revelou ter visto a cobrança do radialista "se não ia atender", depois respondendo a ele disse que sua paixão pela música começou aos sete anos, quando pediu um violão com o pai e ganhou um cavaquinho. Quem operava o som e o ajudou na preparação de seu primeiro disco foi Rauzito, o saudoso Raul Seixas. No disco, a faixa de destaque era "Eu vou tirar você desse lugar", seu primeiro sucesso.
Aos elogios do comunicador, Odair José mencionou que cometeu erros em sua carreira, isso mais de uma vez, ao que Uiara perguntou que erros seriam esses. Eu quero, na verdade, Uiara, errar menos. A gente não consegue acertar tudo... eu me esforço - Esse errar para o cantor e compositor era fazer músicas melhores.Talvez um sentimento influenciado pela crítica da época que diferenciava os cantores como "do povão", "bregas" ou os de letras "mais trabalhadas".
Afastado por muitos anos de Morrinhos, em Goiás, onde nasceu, Odair José fez uma música para o município que, segundo ele, tornou um hino, sempre tocado na cidade. Na entrevista, falou ainda da produção Filho de Maria e José, também entre as mais recentes. Uiara exaltou Lembranças, para ele a melhor ou a mais bonita melodia, recordando um episódio com o pai do cantor, mencionando na música.
Na minha infância, Odair era aquele que cantava "Pare de tomar a pílula". Acho que pela repressão à sexualidade na época, a música intrigava os mais jovens e também adultos, não acostumados a comentar tal assunto com os filhos. E se tratando de censura, ele lembrou da "pesada mão" da ditadura sobre suas canções.
Após elas exaustivamente trabalhadas em estúdio, seguiam para as gravadoras. No vinil, uma vez colocadas, em faixas de cinco ou seis músicas de cada lado, não tinha como tirar. Tentando manter uma que falava da primeira sexualidade de um homem (que não recordo o título) - para não perder todo o trabalho, Odair conta que sugeriu retirar palavras ou mudar o título e obteve a resposta de que a censura era sobre a "ideia". Triste, não?
- Vamos gravar essa música hoje Odair, para provar que a arte sobreviveu à truculência. Se é que, não a gravou.
O cantor continua compondo e produzindo com a ajuda dos filhos, utilizando os recursos da atualidade na Internet, onde pode ser encontrado "Hibernar nas casas das moças, ouvindo rádio", seu trabalho mais recente, comentado na entrevista. Por coincidência, não tem a ver com o momento atual.
É bom informar que durante a conversa entre os dois, Denilson, o técnico de som da Rádio, colocava as músicas de fundo, porém Odair não tinha o retorno para ouvi-las, conforme justificou o apresentador. Em resumo, foi um bela entrevista. Parabéns Odair José; Uiara, parabéns.
O cantor revelou ter visto a cobrança do radialista "se não ia atender", depois respondendo a ele disse que sua paixão pela música começou aos sete anos, quando pediu um violão com o pai e ganhou um cavaquinho. Quem operava o som e o ajudou na preparação de seu primeiro disco foi Rauzito, o saudoso Raul Seixas. No disco, a faixa de destaque era "Eu vou tirar você desse lugar", seu primeiro sucesso.
Aos elogios do comunicador, Odair José mencionou que cometeu erros em sua carreira, isso mais de uma vez, ao que Uiara perguntou que erros seriam esses. Eu quero, na verdade, Uiara, errar menos. A gente não consegue acertar tudo... eu me esforço - Esse errar para o cantor e compositor era fazer músicas melhores.Talvez um sentimento influenciado pela crítica da época que diferenciava os cantores como "do povão", "bregas" ou os de letras "mais trabalhadas".
Afastado por muitos anos de Morrinhos, em Goiás, onde nasceu, Odair José fez uma música para o município que, segundo ele, tornou um hino, sempre tocado na cidade. Na entrevista, falou ainda da produção Filho de Maria e José, também entre as mais recentes. Uiara exaltou Lembranças, para ele a melhor ou a mais bonita melodia, recordando um episódio com o pai do cantor, mencionando na música.
Na minha infância, Odair era aquele que cantava "Pare de tomar a pílula". Acho que pela repressão à sexualidade na época, a música intrigava os mais jovens e também adultos, não acostumados a comentar tal assunto com os filhos. E se tratando de censura, ele lembrou da "pesada mão" da ditadura sobre suas canções.
Após elas exaustivamente trabalhadas em estúdio, seguiam para as gravadoras. No vinil, uma vez colocadas, em faixas de cinco ou seis músicas de cada lado, não tinha como tirar. Tentando manter uma que falava da primeira sexualidade de um homem (que não recordo o título) - para não perder todo o trabalho, Odair conta que sugeriu retirar palavras ou mudar o título e obteve a resposta de que a censura era sobre a "ideia". Triste, não?
- Vamos gravar essa música hoje Odair, para provar que a arte sobreviveu à truculência. Se é que, não a gravou.
O cantor continua compondo e produzindo com a ajuda dos filhos, utilizando os recursos da atualidade na Internet, onde pode ser encontrado "Hibernar nas casas das moças, ouvindo rádio", seu trabalho mais recente, comentado na entrevista. Por coincidência, não tem a ver com o momento atual.
É bom informar que durante a conversa entre os dois, Denilson, o técnico de som da Rádio, colocava as músicas de fundo, porém Odair não tinha o retorno para ouvi-las, conforme justificou o apresentador. Em resumo, foi um bela entrevista. Parabéns Odair José; Uiara, parabéns.