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26 fevereiro, 2012

O “FAROL ALTO” DAS MANHÃS QUE NÃO É XINGADO

O horário de verão acabou. Que alívio! – dirão muitos, pois só se ouve uma maioria dizer-se contra, ficando a impressão de que poucos gostam. Já falei aqui sobre isso. Aproveito, agora, para escrever sobre o sol, este astro máximo, democrático e gigante. Propriedade maior do verão. Quero falar especialmente do nascer do sol nas cidades. Tenho uma intuição que em muitas, a sua via principal sempre converge para o leste, na direção de seu nascer. Às vezes mais a esquerda, outras mais a direita. Porém, percebo que no verão ele é mais incomodativo.
Se você é morador de Barra Mansa e tem que passar pela Avenida Joaquim Leite, a principal da cidade - que segue seu curso, em mão única, na mesma direção do Rio Paraíba do Sul, vai entender o que estou dizendo. O tapa-sol dos carros não é suficiente. O sol lança seus raios de frente, atrapalhando visão, ficando uma mistura de sentimentos de bem de mal.
Surge no horizonte para desnortear (ou deslestear) os motoristas, com um incômodo bom, a ofuscar os olhos. Com o objetivo de lembrá-los de sua presença, sua imponência.
Os motoristas visitantes, também, sabem do que eu estou falando. Do sol no rosto, tirando a visão, como um garoto travesso fazendo artes na rua. Como um farol gigante na contramão, uma luz insistente e brilhante numa estrada muito escura ou uma estrela de brilho muito forte em meio às outras, ofuscando a visão.
A Joaquim Leite é comparada à Rio Branco ou à Paulista. E de repente parece que quase todas as cidades geograficamente, ou estrategicamente, foram construídas “de cara para a nascente do astro”. Mas, quem já tomou a Via Dutra, sentido Rio de Janeiro, ou alguma outra Rodovia na mesma direção, já experimentou este contato maior e abusado do sol.
Ele é o único “farol alto” nas manhãs que não recebe xingamentos.