Casarão antigo da Colônia Santo Antônio, em Barra Mansa-RJ |
Eu e ela ficamos intrigados com o cão, num local sem moradores, e que parecia estar ali, para nos proteger. Hoje, ao lembrar da lua banhando o local e a magia do momento, chego a crer, que o amor complementa a imagem.
Dias depois, estive no casa, durante o dia e sozinho. E me assustei com a precariedade encontrada; chego, agora, a pensar que o casarão, a noite e a lua foram cúmplices daquele encontro.
Quanto ao cão, apenas fruto da minha e da imaginação dela.
Colônia Santo Antônio, Barra Mansa-RJ, em 11 de Dezembro de 2000
Passeio passado presente da noite
Sublime a lua no casarão
O cachorro na porta, trancada,
tramelada de emoção,
Incrivelmente, não ladra
E dá passagem, desaparecendo,
Como a lua, por detrás das nuvens
Há grilos, pirilampos e sapos coaxando
e o barulho das folhas secas e dos grãos
caídos das árvores
Não há vozes
nem há quase latidos
muito menos daquele que,
aparentemente,
vigiava a entrada
O casarão, centenário,
semiabandonado;
de janelas e portas gigantes
não dá sinal de assombro
assombrado ficamos nós
com a beleza apresentada
pela natureza
mais viva do que nunca!
Maravilhados,
ilhados em nossa pequenez
diante de tanta maravilha,
da lua e do casarão,
das árvores e do cheiro do mato;
dos bichos e dos mitos
e de um cachorro
que nos dá passagem,
como se fosse cúmplice,
conhecedor concedente
do direito sublime
da apreciação de maravilha
tamanha
Ao darmos às costas
o cão retorna à vigila,
ao seu posto
Feliz, imponente, maroto,
abanando o rabo
como sentisse bem
pelo bem concedido
e sem ter latido
O casarão, portador
de lembranças históricas,
fica também para trás,
à nossa costas
Disposta
só a lua nos acompanha,
de volta do passeio passado,
presente da noite
até à porta de nossas casas
Apenas a lua!
Maravilhosa,
universal,
como se orgulhosa
da beleza proporcionada
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