Ideias como saúde pública, higiene pessoal e vigilância sanitária não nasceram agora. Nem no Brasil e nem, muito menos, no século XX. Tais conceitos já existiam na Grécia Antiga. O livro "Ares, águas e lugares", de autoria atribuída a Hipócrates (nascido por volta de 450 a.C. e considerado o ‘pai da Medicina’), identificava, por exemplo, a influência de fatores como localização geográfica, clima, disponibilidade e facilidade de acesso à água de qualidade, na saúde das pessoas. O livro também destacava a importância de se conhecerem as peculiaridades de cada lugar, além dos ventos e temperaturas atmosféricas, diante das mudanças ao longo do tempo. Qualquer semelhança com a noção de território, só a História saberá dizer se é ou não mera coincidência.
A relação saúde e comportamento (se comer isso, vai ter aquilo; se não fizer esse exercício, vai desenvolver a doença tal, etc.), uma questão contemporânea, tem o dedo dos gregos. É que, para os médicos da Grécia, nos conta o livro, a saúde era baseada no equilíbrio entre nutrição, excreção, exercício e descanso. Então, para mantê-la, era preciso levar uma vida regrada.
“A massa do povo necessariamente deve levar uma vida sujeita aos acasos e, como negligencia tudo, não pode cuidar de sua saúde”, dizia Hipócrates, explicando que “a massa do povo” eram os escravos.
Texto baseado no artigo "Coisa de Grego" da Revista Poli - Saúde, Educação e Trabalho - Ano I - nº 6 - Jul/Ago de 2009 - Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venânio -Fiocruz
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