08 fevereiro, 2009

DOM HELDER ESTARIA HOJE COM 100 ANOS


Ontem foi dia 7 e há 100 anos, nesse dia nascia alguém muito especial, que é preciso registrar: Dom Hélder Câmara. Na minha juventude revolucionária fui embalado pelas ações deste e de outro religioso, este aqui da região, o grande Bispo Dom Waldyr Calheiros, com o qual já tive oportunidade de estar.
Vamos ao saudoso Dom Hélder:
Nasceu no Ceará, filho de jornalista. Sua primeira eucaristia foi aos 8 anos, na Arquidiocese de Fortaleza. Aos 14, adolescente franzinho, entrou para o Seminário da Prainha de São José e fez filosofia e teologia. Aos 22 anos foi ordenado sacerdote, por uma concessão da Santa Sé, uma vez que a idade mínima requerida era 24 anos. Assim, começou a trajetória desse fantástico homem.
Aos 27, veio para o Rio de Janeiro, onde exerceu seu ofício por 28 anos, entre outras funções.Porém, foi como secretário geral da CNBB (Conselho Nacional dos Bispos do Brasil) que conseguiu realizar a interação e integração entre os bispos do Brasil, adaptando a atuação da Igreja aos ideais de justiça e cidadania. Foi Dom Hélder que fundou o Banco da Providencia, no Rio de Janeiro.
Em março de 1964, Dom Hélder chegou ao Recife para assumir a Arquidiocese de Olinda e Recife. Momento difícil, de autoritarismo militar e constantes denúncias de abusos aos direitos humanos. Sua atuação política e social foi implacável. Criou organização das pastorais (da terra, do negro e a do índio),buscando a valorização dos pobres e leigos, o que desencadeou uma onda de perseguições. Os militares consideram este ato e outros de Dom Héder uma afronta às medidas ditatoriais. Por isso, foi chamado de comunista pelo regime militar (1964-1984), sendo impedido de utilizar os meios de comunicação de massa para divulgar suas idéias.
Mas a luta deste grande homem, apenas começava. Ele passou a ser convidado instituições internacionais para palestras e debates, formando um impressionante acervo de 32 títulos de Doutor Honoris Causas, 24 prêmios de instituições internacionais, além de 30 títulos de Cidadão Honorário, duas indicações ao Prêmio Nobel da Paz.
Dom Hélder, sacerdote nem sempre compreendido, é autor de 25 livros, morou e viveu numa casinha por trás da Igreja das Fronteiras, na Boa Vista, até a sua morte em 27 de agosto de 1999. Seu corpo foi conduzido pelos fiéis até a Igreja da Sé, em Olinda, onde foi sepultado.

Texto com base em artigo de Zilton Antunes, extraído, com foto de fernandomachado.blog.br

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