Encontrei esse poema, datado, em um caderno escolar usado no ano de 1989. Além de material de estudo, há poesias, discursos e dicas para construção de textos, história criadas e ideias de redações. Material que pretendo trazer aqui como "Meu caderno de 1989". Segue abaixo o poema, que na ocasião tinha sido intitulado como "Nostalgia", que troquei para....
Amanhecer
05/07/1989
Vejo o reflexo do orvalho molhado no asfalto,
via que já não está mais tão preta,
preta, escura, está a noite do meu viver
que ao longe, parece trigo, esparramado na pista
Na escuridão noturna a solidão despista
e insiste em bater em minha porta
Todavia, meus olhos corta a noite fria
e meu ser nem se importa com o vazio da rua
As luminárias sobem na calçada para
acompanhar o círculo que a praça escreve
e parece que das lâmpadas se desprendem
flocos de neve
Os bancos gelados, molhados, sem o calor das pessoas,
deixa a praça tão sem graça, refletida na vidraça
e minha angústia não passa, não passa
Passa hora!
Passa hora!
meus olhos fogem pela janela que sua
buscando o brilho das luzes na rua
no fundo escuro e obscuro da madrugada
E quando a claridade do dia rompe
e surge a manhã molhada, sem espelho
com os olhos vermelhos em pedra
deixo o sono me dominar
depois da madrugada fenecida
e durmo em nostalgia com o amanhecer
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