14 março, 2021

NO DIA DA POESIA, POEMAS ATUAIS E ANTIGOS

Rio Paraíba do Sul, altura antiga Edmetal

Além de Dia do Vendedor de Livros, hoje, 14 de Março, é Dia Mundial de Luta contra as Barragens em Defesa dos Rios e Dia Nacional da Poesia. Vendedor de livros, com os e-book e as facilidades de livros pela internet e de compras online, é uma profissão em baixa. Quando criança, lembro dos vendedores que corriam as escolas oferecendo, entre outros, as encilcopédia Delta Larousse, Conhecer e Mundo Antigo. Sobre as barragens, sua utilidade - em rara excessões, deixa dúvida: o caso de Sobradinho, em Minas Gerais, reserva-nos um triste legado.

Então, vamos "falar" de poesia. Trago, aqui, mais algumas que fiz no passado e umas mais recentes respondida a amigos, no twitter, que são as duas últimas: Cores e O relógio virou.


A venda

Sem razão,você se vende

está à venda e há uma venda 

em seus olhos

não tem censura, ninguém lhe repreende

não que você ensine; um dia 

outra aprende

e ninguém se surpreende


Sem razão, lhe condenam

Na rua, entre muitos que lhe apontam

há os que estiveram com você

jovens; solteiros, casados, adultos, separados


Sua palavra, nada vale

quem com você esteve, agora faz coro

com os que a julgam errada

e sem se corar, xingamm fazem-se de inocente, de gente decente

Chamam-na de vadia e 

deitam ao seu lado com maestria

Para a sociedade, é muito importante

Na família, um visitante


Sem razão,você se vende,

o que nem lhe pertence

em cumplicidade com a sociedade,

que lhe ofende

Quem lhe joga pedra,

na verdade, se joga...

após se desfaserem 

da toga, terno, ou roupa esporte

Alguns, são até ternos, subalternos ou exaltados

Todos, culpados


Sem razão, você se culpa

Poema feito na primeira metade da década de 1980 -

 

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Cores

Verde, cor da esperança,

mas vê-se a tal em todas as cores

no amarelo do sol, no azul do céu,

no verde das plantas e de flores

e no lilás/rosa das rosas;

no vermelho do sangue das tardes

de por-do-sol rubro de verão, ou não

até no branco do miolo do pão

Nas cores de tudo, há tantas lembranças

que não há como não se ter esperanças


O relógio virou

365 dias; o relógio virou

já valeu à pena

que pena que já vai mais um ano

fecha-se o pano

afinal, foi sempre assim

um ano saiu para dar lugar a outro

que é sempre novo, um porto seguro, 

de onde saem barcos que podem afundar, 

mas, que não podem deixar de velejar

e se cruzam numa verdadeira dança.

No convés, muita esperança...




                                                                                                      

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