O poema que trago hoje, escrito em agosto de 2000 - afastado do temor da virada do milênio, quando gerações inteiras especulavam o famoso mil chegará, dois mil não passará (a primeira vez que ouvi essa frase era criança; diziam que era bíblico, mas nunca encontrei na Bíblia), é o simplesmente Não há mais a dizer.
Levei o período, conforme estudado na análise sintática, para o período de minha fase adulta (sem aprender análise sintática), quando ainda não era tão céptico, com certas coisas. Ainda sou cético.
Por isso, ousei trazer a simplicidade de um poema de minha fase adulta, não mais culta do que da minha juventude, quando não temos medo das letras e das rimas.
Quando qualquer palavra se encaixa, quando a rima embeleza, sem ser grosseira. Ou, quando não se tem muita preocupação com elas, pois a poesia viaja nas palavras; na magia do ser jovem.
O céu visto da Av. 3 de Outubro, na passagem de nível da Bocaininha, Barra Mansa-RJ |
Não há mais a dizer
Eu descobri um negócio muito legal
não sei, ainda, se é bom pra mim
se é ideal pra você
Sei que é uma situação gostosa,
que me faz bem,
me faz feliz
Eu descobri algo bacana à beça
não sei, ainda, se se chama carinho
ou desejo
se é notável também pra você
Eu descobri uma coisa interessante,
uma vontade de escrever...
Na verdade, não sei ainda
o que descobri
Só sei que
é tão gostoso pensar em você
voltar a sonhar
que não há mais nada a dizer
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