Sempre vi Tom Zé como mais um cantor do período da ditadura,
mas a partir de algumas entrevistas e de ouvir suas músicas, mudei. Ele mistura
simplicidade com intelectualidade e dá show sem cantar. Quase sempre surpreende o
entrevistador com tiradas inteligentes.
“Nos não somos mais os donos absolutos da cultura do som”. O cantor é dono dessa frase, ao definir a Internet como uma invenção natural, que não o amedronta, por causa da diminuição das vendas de discos.
Faz uma música reflexiva.
No Programa
do Ratinho, no quadro “Dois Dedos de Prosa”, em resposta a uma pergunta meio intimista, sobre “porque não fazia
musica sertaneja”, foi versátil e respondeu: “tem tanta gente boa fazendo”.
Em outra entrevista, a conversa era sobre a segregação das
mulheres e imaginou-se que não sairia uma fala criativa. Mas, não, ele falou
das diferenças diversas na sociedade, não só de gênero, mas musicais, exaltando
a criatividade feminina.
Tom Zé é o cara que "mandou o Caetano tomar no..." No final,
acredito que os dois ganharam com isso. Ninguém deixou de ouvir ou de comprar a
música deles. A cena artística, mesmo de trocas de ofensas, se torna arte.
Extremamente politizado, Tom Zé é o que é. E tem visões simplórias sobre a vida, como "a primeira vez que viu um texto escrito e ficou a imaginar a grandeza do ato de todos entenderem o que ele entendeu".
Foi legal também sua definição sobre a primeira vez que viu uma lâmpada elétrica; depois, filosofando sobre a torneira: "é uma fonte d'água dentro de casa; um conto de magia, um conto de fadas".
Foi legal também sua definição sobre a primeira vez que viu uma lâmpada elétrica; depois, filosofando sobre a torneira: "é uma fonte d'água dentro de casa; um conto de magia, um conto de fadas".
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