A casca de
banana pode ser usada no tratamento de água contaminada por pesticidas. É o que
comprovou um estudo da USP, feito por pesquisadores do Centro de Energia
Nuclear na Agricultura (Cena). Os testes foram feitos com amostras coletadas
nos rios Piracicaba e Capivari, no interior do estado de São Paulo. A casca
absorveu 70% dos químicos encontrados nos pesticidas atrazina e ametrina.
- Já existiam outros estudos de uso da casca
para absorção de metais, como urânio, cromo, então veio a ideia de utilizá-la
para os pesticidas. Constatamos uma boa absorção também desses compostos
orgânicos, explicou à Agência Brasil a pós-doutoranda
Claudineia Silva, uma das pesquisadoras envolvidas com o trabalho.
A casca da
banana, usada como agente de descontaminação, pode ser recolhida inclusive no
lixo. Ressecada ao sol por uma semana ou em estufa a 60 graus Celsius (°C), ela
diminui o tempo do processo para um dia. Após a secagem, o material é triturado
e peneirado, tornado-se pó e então é despejado na água. Em laboratório, faz-se a
variação da quantidade de casca e do tempo de agitação. A seguir verificam-se as
melhores condições para obtenção de um melhor resultado.
Segundo a
pesquisadora, os testes foram feitos apenas em laboratório, com pequenas
quantidades. Seriam necessários testes piloto para atestar a eficácia em
grandes proporções. A presença de grupos de hidroxila e carboxila da pectina na
composição da casca, que corresponde de 30% a 40% do peso total da fruta, é que
garantem a capacidade de absorção de metais pesados e compostos orgânicos.
Apesar de não
comprovada a toxicidade dos pesticidas em seres humanos, a utilização de
ametrina é proibida nos Estados Unidos por provocar mutação em espécies
aquáticas.
Camila Maciel - Repórter da Agência Brasil
Texto Compactado e adaptado - site Agência
Brasil –Foto: Arquivo Pessoal -
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