Torcia pelo América, mas
morreu vascaíno. “Não posso ter uma
velhice preocupada”, justificou. Gravou o hino do time com o goleiro Carlos
Germano. Foi o artista que mais trocou de roupa na Televisão brasileira;
começou no Rádio, indo para TV Rio, passou pela Excelsior e deu início a sua
consagração em Chico City, na TV
Globo. De onde não mais saiu. Era muito inteligente de raciocínio rápido,
peculiaridade dos humoristas, e criou uma escolinha, que acompanhou por quase
60 anos.
Francisco esteve recentemente
nessa escolinha, a do Professor Raimundo,
em uma data de homenagem, na qual Raimundo homenageava alguns outros Chicos, produzidos por ele. E não fez de
rogado, lembrou de todos os colegas do humor que haviam partido. Na “Zorra” era totalmente sério e justo na veneração
aos dos meio que morriam. Tinha a palavra certa ao profissional do mesmo ramo.
E sempre lançou concorrentes para cotizar o bolo do riso.
Sabiamente, filosofou no campo
da comédia:
-“A frase ninguém é insubstituível aplica-se em tudo, menos no humor. No
humor todos nós somos insubstituíveis”. Sobre a morte, disse:
-“... não tenho medo de morrer; tenho pena de morrer, pena de não ver os netos
crescerem... Até os cem eu vou, devo ir, talvez eu vá... Viveu em nome do
riso:
“Eu tô aqui profissionalmente;
eu trabalho na Globo”, disse na voz do Bozô. ..
Disse em entrevista na
Cultura que admirava o Silvio Santos e o SBT. Mas, admiração era extensiva a
todos os profissionais da vida, pela dedicação aos inúmeros personagens criados.
Tentou ser advogado, era bem na escrita,
mas não foi. Foi e foi-se o roteirista, comediante, professor, jogador de
futebol, comentarista esportivo, locutor e nordestino literalmente, entre
outros, na figura de Chico Anysio, que aqui se misturam com o profissional Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho. Partiu
feliz, deixando a história construtiva da comédia e levando com ele todos os personagens
e o legado da insubsistência.
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