A doença de Alzheimer afeta cerca de 2,5 milhões de brasileiros (sendo 1,3 milhão já diagnosticados). Segundo pesquisadores, há cada vez mais indícios de que é possível reduzir o risco de se desenvolver a doença com mudanças simples do estilo de vida: “Os medicamentos atuais apenas retardam o avanço da doença e aliviam os seus sintomas”, explicou a médica Viviane Abreu, presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz).
Esqueça a batata frita. Comer gordura e colesterol demais parece apressar o surgimento da doença conforme estudo recente feito em camundongos; nos estudos com seres humanos, ser obeso na meia-idade aumenta o risco de futuros problemas de memória, demência e Alzheimer. O outro lado: um estudo de 2006, com mais de 3.700 adultos mais velhos, verificou que os que comiam muitas hortaliças retardaram em 40% o declínio da capacidade mental, comparados aos que rejeitavam as verduras.
Passeie ao sol. Um estudo de 2008 com quase duas mil pessoas indica que a vitamina D – a vitamina do sol – ajuda a manter o cérebro afiado. Dos voluntários com 65 anos ou mais, os que tinham nível mais baixo da vitamina apresentavam probabilidade duas vezes maior de ter problemas cognitivos do que aqueles com nível ótimo. A pele fabrica vitamina D quando é exposta ao sol, mas, como o processo fica menos eficiente com a idade, alguns pesquisadores também recomendam suplementos; converse com o seu médico.
Exercite o cérebro. Dois estudos recentes verificaram que quem passa mais anos estudando ou trabalha em serviços que exigem muito da mente fica mais afiado, mesmo que o cérebro seja prejudicado pelas placas da doença de Alzheimer. Passatempos comuns, como jogar cartas e resolver palavras cruzadas, também podem ser uma proteção contra os sintomas.
Dedique tempo aos amigos. Um pouco de prosa pode trazer grandes benefícios. Um estudo de Harvard verificou, em 2008, que pessoas com relações sociais mantêm a memória mais intacta quando envelhecem – segundo uma avaliação, até duas vezes mais intacta.
Mexa-se. Num estudo com idosos e adultos de meia-idade com problemas leves de memória, os que começaram a caminhar várias vezes por semana tiveram, em apenas seis meses, desempenho bem melhor nos testes de memória.
Ladrões de memória
Fique atento a estes 9 sinais de que está sendo atacado por um ladrão de memória:
O nível de açúcar no sangue está alto. Ressonâncias magnéticas do cérebro de voluntários indicam que a glicemia alta pode danificar as regiões do cérebro responsáveis pela memória.
Proteja-se. Se o histórico familiar é de diabete ou hiperglicemia, verifique regularmente o nível de açúcar no sangue.
Alimente-se bem e se mantenha ativo: caminhadas a passo rápido são eficazes.
Você anda se forçando demais. Não é preciso virar várias noites para ter problemas: num estudo, voluntários que dormiram seis horas por noite durante duas semanas não se sentiram sonolentos, mas tiveram desempenho pior nos testes de memória de curto prazo.
Proteja-se. Transforme em prioridade o descanso adequado. E se não for possível? Num dos estudos, pequenos cochilos de seis minutos bastaram para aumentar o desempenho de curto prazo dos voluntários. Os pesquisadores suspeitam que basta adormecer para deflagrar no cérebro o processo fundamental da memória.
Você ronca. Talvez tenha apneia do sono, na qual as vias respiratórias são bloqueadas ao dormir, cortando o oxigênio por alguns segundos. Homens têm mais probabilidade do que mulheres de apresentar apneia. Outros fatores de risco: estar acima do peso ou ter mais de 40 anos.
Proteja-se. Se você ronca alto e vive cansado, pergunte ao médico se não seria bom fazer um exame de apneia. Talvez seja preciso usar, na hora de dormir, um aparelho que força uma corrente de ar constante nas narinas, por meio de uma mangueirinha, impedindo as interrupções perigosas do fluxo de oxigênio.
Você se sente agitado, ou vive com preguiça. Talvez haja algum problema de tireoide. Os hormônios da tireoide controlam o metabolismo, mas se forem demais ou de menos podem desorganizar a conversa normal entre as células do cérebro. A tireoide hiperativa cria tanta estática que é difícil fazer passar as mensagens do cérebro, e a tireoide preguiçosa torna as mensagens lentas demais.
Proteja-se. Converse com o médico sobre os sintomas (principalmente se for mulher; mulheres correm mais risco de hipotireoidismo). A tireoide mais lenta pode nos deixar fatigados; a tireoide acelerada pode fazer o coração disparar e a pessoa se sentir irritada ou ansiosa.
Tem mais de 65 anos. Com o envelhecimento, fica mais difícil absorver a vitamina B12, e a deficiência grave pode parecer muito com a doença de Alzheimer. Até 20% dos que têm mais de 65 anos apresentam baixo nível de B12.
Proteja-se. Se é idoso e se sente confuso, pergunte ao médico se não seria bom verificar o nível de B12; talvez você precise tomar suplementos. Também faça o exame se for vegetariano estrito, cuja alimentação evita as principais fontes da vitamina.
Está deprimido. Quem tem depressão perde neurônios. Quanto mais tempo dura a depressão, mais células se perdem em áreas fundamentais para a memória.
Proteja-se. O tratamento precoce pode ser importantíssimo. Um estudo de 2008 indica que quem teve episódios mais longos de depressão apresentava probabilidade menor de melhora da memória com a volta do bom humor.
Toma remédios contra alergia ou soníferos. Muitos remédios que costumam ser receitados para insônia, incontinência, alergia e cólicas gastrointestinais também interferem com uma substância química fundamental para o cérebro. Em idosos, esses remédios, chamados anticolinérgicos, podem provocar confusão mental e esquecimento.
Proteja-se. Quem tem mais de 65 anos é mais vulnerável aos efeitos colaterais da difenidramina, anticolinérgico usado em muitos soníferos e antialérgicos vendidos sem receita médica.
Arrasta os pés ao andar. Os médicos chamam isso de andar magnético, porque os pés parecem grudados no chão. Esse sintoma pode dever-se à hidrocefalia com pressão normal, em que os ventrículos do cérebro incham por causa do excesso de líquido cefalorraquidiano.
Proteja-se. Arrastar os pés, incontinência e problemas de memória são os sintomas clássicos, mas nem todo mundo tem os três. O tratamento rápido traz mais chances de recuperação da memória.
Você toma muitos remédios. Quem toma mais de cinco corre risco de sofrer interações perigosas. E remédios vendidos sem receita também contam.
Proteja-se. Não deixe de dizer ao médico todos os remédios que toma. Se um anúncio de medicamento parece se dirigir a você, converse com o médico, mas não insista para que ele lhe dê a receita “Os medicamentos atuais apenas retardam o avanço da doença e aliviam os seus sintomas”, como explica a Dra. Viviane Abreu, presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz). Mas, segundo os pesquisadores, há cada vez mais indícios de que é possível reduzir o risco de se desenvolver a doença com
mudanças simples do estilo de vida:
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