As córneas dos olhos preservam-se fora do corpo humano por duas semanas. Nas doações de outros órgãos, a retirada precisa ser no máximo algumas horas depois da morte do doador. Preconceitos e a falta de informação impedem muitos de doar e muitos tem medo que órgãos de seus familiares sejam retirados em vida. A prática é garantida por Lei e em 2001 a Justiça aboliu a doação antecipada, quando a pessoa declarava em vida sua predisposição. A decisão cabe agora à família.
No Brasil, os transplantes são de controle absoluto do Poder Público. Os órgãos ou tecidos são doados para a sociedade e não para um indivíduo isoladamente. Salvo em casos de parentes: por exemplo, o filho resolve doar um rim para o pai. O ato poder ser feito ao familiar com o qual se tenha até o quarto grau de consanguinidade, a partir do quinto ou para não parente, ou amigo, só com autorização judicial. Fora isso, a pessoa necessitada precisa se cadastrar e entrar numa fila, como tudo neste país.
A fila obedece uma ordem cronológica, ou seja, quem se cadastra primeiro. Porém, a Lei diz que pacientes graves, como um doente com hepatite fulminante, alguém que precise de um rim e não tenha acesso a diálise ou uma criança menor de 7 anos, passem na frente. E a fila de espera por doações é bastante grande. Mais de 50 mil pessoas esperam por um pulmão, rim, coração ou córneas. O Blog da Gabriel informa que passam dos 70 mil. Buscando esclarecer e incentivar as doações, o Sistema Único de Saúde (SUS) realiza campanhas publicitárias frequentes. Nas unidades de Saúde da cada cidade e na TV.
Setor de transplante é o maior do mundo e em nº o Brasil só perde para os EUA
O Sistema Nacional de Transplante do Brasil (SNT) é um dos mais seguros e o maior do setor público do mundo. O país perde apenas para os Estados Unidos em número de transplantes. Em quantidade e investimento, o Brasil possui o maior programa público de transplantes de órgãos e tecidos do planeta. O SUS financia 92% desses procedimentos. O SNT atua com centrais de notificação, captação e distribuição a entidades estaduais e oito centrais regionais. As centrais recebem os órgãos dos hospitais, fazendo com que cheguem aos receptores, por meio de um única fila. Tal sistema busca evitar que apenas os pacientes com maior poder aquisitivo consigam o órgão.
Texto adaptado do Almanaque Santo Antônio 2009 (Editora Vozes).
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