A Polícia Civil investiga se parte das joias roubadas em condomínios e mansões, normalmente em arrastões, vai parar nos leilões realizados na TV. A suspeita surgiu após a denúncia de uma vítima. Criminosos invadiram seu apartamento no Itaim-Bibi, zona sul de São Paulo, no réveillon. Duas semanas depois, um parente viu peças de sua coleção à venda no programa "Mil e Uma Noites", que é gravado em Curitiba (PR) e transmitido pelo canal CNT. A vítima procurou a polícia e foi orientada a recomprá-las. No momento da entrega, um funcionário foi detido e os responsáveis pelo programa, que negam irregularidade, tiveram de comparecer ao DP.
O episódio deu origem a uma complexa investigação, que consta no inquérito policial instaurado no 15º Distrito Policial (Itaim Bibi), para apurar o furto e possíveis crimes contra a ordem tributária e de receptação de produto roubado.
A vítima, que não quer ser identificada, disse à polícia que algumas das peças levadas pelos bandidos eram exclusivas, feitas por encomenda.
O diretor do Mil e Uma Noites, Paulo Calluf, se defende, dizendo que as peças que a mulher reconheceu são joias fabricadas em série e que existem centenas idênticas. "Estamos há 15 anos produzindo programas de televendas. Nossa empresa é idônea", assegura.
O advogado de Calluf, Figueiredo Basto, afirma que 14 joias foram recompradas pela vítima, que já foi ressarcida, e que outras 2 foram localizadas e deverão ser entregues logo.
De acordo com Basto, as joias comercializadas pelo Mil e Uma Noites são adquiridas em leilões da Caixa Econômica Federal (CEF) e de fornecedores particulares. Ele argumenta que seu cliente "também é vítima, por ter adquirido um lote de joias com peças de origem ilícita."
Matéria extraíada do site Gazeta do Povo/portal RPC
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