Que os Bancos ajudam a colaborar com as desigualdades no país, não há dúvidas. A outra é que os brasileiros estão pagando caro por seus serviços. E isso vem acontecendo desde a fadada e "non grata" inflação. Período em que os banqueiros mais ganharam dinheiro e aumentaram suas riquezas, foi em épocas de inflação galopante, quando, no Brasil, contas bancárias sofriam reajustes diários. Atualmente, as instituições cobram tudo e muitos ainda não têm acesso às contas correntes. Mas, o detalhe maior, de relevante destaque é que a taxa real de juros anual cobrada pelos bancos brasileiros pode ser até 10 vezes maior do que a praticada pela mesma instituição no exterior.
O assunto foi divulgado pela Imprensa na semana passada, conforme levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPraa). As informações dão contam que os juros cobrados no país na primeira semana de abril pelo HSBC no Brasil, por exemplo, era de 63,47%, enquanto na Inglaterra, sede do banco, se trabalhava com variação de 6,60%. Não bastasse tal diferença, registrada também em outros bancos, o Ipea ainda apresentou diferença na atuação do Citibank, de 7,28% nos Estados Unidos, contra 60,84% no Brasil.
A questão se torna mais grave, quando sabe-se que a taxa básica de juros brasileira, a Selic, atualmente está em 11,25% ao ano. Mas a distorção não pára ai. No caso de empréstimos à pessoa física, o diferencial chega a ser também quase dez vezes mais elevado no Brasil, com relação ao crédito equivalente no exterior. A diferença é que para empresas, o custo é menor, porém, mesmo assim quatro vezes mais elevado para o brasileiro.
O presidente do Ipea, Márcio Pochmann, afirmou que a forma como o sistema bancário age no país contribui para que não se reduza a exclusão social: pois uma parcela da população não tem acesso aos serviços bancários, houve diminuição do número de agências no Brasil e foi registrada elevação no custo dos serviços. Pochmann sugere que no Brasil seja implantado a experiência alemã: a criação dos chamados bancos comunitários ou regionais que os torna melhor acessíveis à população.
É inadimissível que, com toda tecnologia disponível, o correntista brasileiro ainda tenha que pagar taxas de tudo em um banco. E quando se recebe salário por uma dessas instituições, é pior. Ela faz questão que o cliente se endivide, use bastante seu "especial" e fique rolando a dívida por todos os meses. As taxas são legais, diz a lei, mas são imorais.
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