Foi noticiado ontem (05/10) no Jornal Nacional (TV Globo), reportagem da revista científica britânica Nature, relatando a experiência com uma macaca de laboratório, que usa um braço virtual controlado pelo cérebro. O animal ainda é capaz de encostar-se a objetos e sentir o que está tocando. O feito, apresentado pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, professor da Universidade Duke, nos EUA, tem como objetivo fazer com que tetraplégicos recuperem os movimentos do corpo.
O cientista utiliza um exoesqueleto, envolvendo o corpo como uma roupa, para qual são enviados os sinais diretamente do cérebro. E este comanda os movimentos de um robô no Japão. Esse sistema é chamado de “interface cérebro-máquina”.
A equipe de Nicolelis tenta fazer com que o cérebro obtenha algum retorno tátil nos movimentos com esse objeto remoto, igual ao corpo: a pele manda informações de volta para o cérebro. A partir do momento que uma pessoa tetraplégica poder dizer que algo no qual encostou é liso ou áspero, atingiu o objetivo, conforme o cientista.
A “interface cérebro-máquina” se transformaria em “interface cérebro-máquina-cérebro”, uma via de mão dupla. O brasileiro concorda que pareça coisa de ficção científica. “Vários filmes de ficção científica já trabalharam a ideia. Para nós, é mais lento, porque fazemos a ciência de verdade”, disse Miguel Nicolelis ao entrevista ao G1 Ciência e Saúde.