09 outubro, 2010

A LUA MANDA UM ABRAÇO A TODA TURMA DO BREJO

Casa onde morou alguém de nome Sofia - Foto: Cesar Dulcidi
Livros de crianças revelam preciosidades. Sejam de história ou poesia; se for o último, melhor. O primeiro livro que minhas duas filhas conheceram, foi o “Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry, achei por bem indicá-lo à elas.
A mais nova, antes da alfabetização, conviveu com a mesma história contada em livro-gibi, numa adaptação da saga do menino da jibóia engolindo uma cobra, que os adultos nunca identificam. É assim a vida; de vez em quando me surpreendia tentando fazer a mais nova entender o que entendi e não respeitando o que ela entendeu.
O livro, “Lua no Brejo”, do qual me encantei com a poesia que transcrevo abaixo, foi escolhido por ela na biblioteca da escola. O autor, Elias José, que já escreveu mais de cem livros e gosta de freqüentar escolas para falar de sua obra, é de uma sensibilidade muito grande com a literatura infantil. E neste livro, com ilustrações de Graça Lima, ele disseca os velhos bordões das cantigas do passado, mesclando-os com versos novos.
Como por exemplo: “... eu vi a barata na careca do vovô...”, com “eu vi a abelha no nariz da vovó”. E por ai, vai. Recria o “boi da cara-preta”,tornando-o um boi nacional, que ao mesmo tempo é “o boi do Pará, do Maranhão, da Bahia e do Rio de Janeiro”; ou utiliza o “atirei o pau no gato”, para dizer que “o gato, muito esperto, caiu fora da jogada”. 
Em sua poesia, “a cigarra moderna” tem até sindicato e "o rato que rói a roupa do rei sofre um decreto e se torna réu". Engraçado é a paródia com a música de Caetano Veloso: ... “eu não sou daqui, sou do Piauí, Paraná e das Gerais”. “Pra” terminar e deixar todos com vontade de ler, a poesia “Lua no Brejo”, que dá nome ao livro, faz uma analogia com a formosura da natureza e a felicidade dos bichos como o sapo e a sapa, que batem um papo de amor. E o cágado e a borboleta que se percebem: “Quem ama é feliz”, atesta o primeiro.
E lá no alto, toda altiva e soberana, a lua manda com todo carinho um recado à terra: “...um beijinho à turma toda do brejo”. É muito bom!

NÃO TE CONTO NADA*

Este é um conto todo apressado,
mal começo, está acabado.

Este é um conto de um urso,
começo a contar e tusso.

Este conto fala de dona Sofia,
mas lhe conto outro dia.

Era uma vez um ganso...
Começo o conto e me canso.

Era uma vez uma pulga na balança...
Este só conto na França.

Era uma vez um tal de seu Raimundo...
Meu personagem sumiu no mundo. 
Este é um conto de um galo penado...
Não conto, está tudo acabado.

Este é um conto, um, dois, três...
Vou embora, conte agora, é a sua vez. 
*LIVRO: Lua no Brejo, 2ª edição, 2010 - Jose Elias - EDITORA PROJETO LTDA.  

08 outubro, 2010

O SORRISO CUSTA MENOS QUE A ELETRICIDADE

Após ler estes, com certeza se lembrará de outros que povoam o universo de frases, pensamentos, mensagens e provérbios. A todo momento a vida ensina um: na criança, na sua simplicidade, no adulto em sua vivência e o velho com sua sabedoria. Sorria sempre, não se intimide: faz bem!


"Demos tempo ao tempo, que atrás do tempo, tempo vem".
Provérbio Português


Foto extraída da Internet
"A honra é um vestido transparente".
Provérbio Espanhol

"O trabalho vai lhe ensinar como fazê-lo".
Provérbio Estoniano

"Bondade em balde é devolvida em barril".
Provérbio Chinês

"Adversidades são grandes oportunidades".
Provérbio Árabe

"O sorriso custa menos que a eletricidade e dá mais luz".
Provérbio Escocês

"A mesma conversa, na mesma boca, acaba virando saliva".
Provérbio Africano

"O argumento mais poderoso de todos e o silêncio inteligente".
Provérbio Curdo

"Tua casa pode substituir o mundo, jamais o mundo substituirá tua casa".
Provérbio Alemão

07 outubro, 2010

A HISTÓRIA DE LOLUNA LAREG E SEU PAI OÃN OTOV

Mensagem de moradores do Santa Rita em protesto
Um jovem de 16 anos, Loluna Lareg, morador de Barra Mansa (ele nasceu na cidade de Sabino-SP), acordou chateado no último 3 de Outubro. Era aniversário de sua cidade e dia de eleição. Mas, o pior: há quatro anos seu pai, Oãn Otov, tinha morrido, às vésperas da eleição para câmara de vereadores e prefeitura. Dias antes, seu pai tinha lhe contado um sonho e isto marcou sua vida.
Foi assim:
Loluna Lareg sonhou com uma cidade onde ruas não eram asfaltadas e a energia elétrica era muito precária, em compensação a rede de esgoto era impecável. Todas as casas, inclusive as da periferia da cidade, tinham saneamento básico. As passagens eram muito baixas, com muitas linhas de ônibus. As diversas empresas estimulava a concorrência e o povo ganhava com isso. O prefeito não se preocupava em fazer grandes praças, pois havia muitos espaços de lazer. O rio que cortava a cidade era avistado por todos, pois, por tradição, era proibido construir em suas margens, que eram preservadas. Educação e Saúde sempre foram prioridades dos prefeitos que administravam o município. O Estudo, de muito boa qualidade, era gratuito do primeiro ano à universidade e a Saúde era impecável: ninguém nunca morreu, no lugar, por falta de atendimento. Enfim, era a cidade dos sonhos.
 A Prefeitura de Barra Mansa (RJ) vista por um buraco
O pai de Loluna Lareg morreu por falta de atendimento médico. "Em Barra Mansa o contraste é muito grande: estão espalhando equipamentos para exercício, por toda a cidade, enquanto nem as calçadas são reparadas", disse Loluna, acrescentando: "Você sai suado de um desses aparelhos logo a frente torce o pé na calçada. As pessoas sofrem nas filas de postos de saúde, quando não morrem." E sua opinião, o município que fez 178 anos e não tem grandes razões para comemorar e agora, o resultado nas urnas dos importantes municípios da região, reflete a insatisfação do povo.
"Trouxeram uma UPA, que  "Upa!... para ser atendido.  A única vantagem é que a pessoa espera sentado. E espera muito", disse Leluna
Segundo ele, UPA serviu para que a tradicional Santa Casa da cidade ampliasse os atendimentos particulares, que sempre funcionaram concomitantemente com os serviços do SUS (Sistema Único de Saúde), que pioraram muito.

Nota do autor: Leia os nomes ao contrário

Fotos Arquivo pessoal. -

Editado em 14/11/2021 -

02 outubro, 2010

QUE O BRASILEIRO, DE ALMA LIMPA, POSSA EM MEIO À SUJEIRA POLÍTICA ESCOLHER O MELHOR

Na hora da busca pelo voto, o cidadão mais abusado na face da terra é o político e para conseguir seu objetivo ele usa de todas as armas. E agora, na fase final, com as restrições cada vez mais “justas” da Justiça Eleitoral, o que vale é a criatividade. Como todos os anos, muitos vão se valer da esperteza e da “boca de urna”.  O universo de políticos e interesses pessoais e partidários são muitos e a preocupação se torna única:  do eleitor deixar de votar ou trocar seu voto na hora final, por equívoco. Um dos problemas já está armado: a maioria do povo simples e idoso (que faz questão de votar) vai ter dificuldade para digitar tantos números: são dezenove.
Com o término do horário eleitoral, observa em alguns candidatos o desespero e a impressão de que deixou de fazer alguma coisa. Na cabeça destes “profissionais”, possíveis eleitos pela população, nada pode falhar ou tirar-lhes um voto sequer. Alguns põem o carro na rua, tentando arrebanhar pessoas para um arrastão, se esquecendo da Lei e por um "descuido" o som é ligado. Outros tenham mobilizar grupos. Em cidades pequenas, relembrando o mal fadado voto do cabresto (que indiretamente se vê por todos os lados), pressupõe que ainda deve haver muito abuso.
Amanhã, as cidades amanhecem sujas. O serviço sujo é feito durante a madrugada. O cidadão de todo o país, encontrará seu bairro, distrito ou via central tomado de papéis. É o material que “sobra” da campanha ou já é feito com esse intuito mesmo, para servir de “ajuda” aos eleitores. Que o brasileiro, de alma limpa, possa em meio a sujeira política escolher os melhores.

É PRECISO APENAS UM DOCUMENTO COM FOTO PARA VOTAR
A Justiça Eleitoral, no apagar das luzes, mudou sua exigência: todos podem votar levando apenas a carteira de identidade, ou a profissional, ou a de motoristas ou uma carteira emitida por entidade de classe como da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), ABI (Associação Brasileira de Imprensa), CNM (Conselho Nacional de Medicina) e etc. Desde o princípio vinha sendo divulgado que teria que levar o Título Eleitoral (TE) e o documento oficial com foto.
Os brasileiros escolhem, amanhã, mais um presidente para o Brasil, “renovando” as cadeiras para o Senado, Governo Estadual e as Câmaras de Deputado (federal e estadual). Nove concorrentes apresentaram o nome no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ao cargo de presidente, dos quais duas mulheres. 60 municípios utilizarão a biometria, sistema em que o votante é reconhecido pela impressão digital. Serão 742 com este dispositivo. O voto em trânsito é novidade.
Os candidatos à presidência no Brasil são:As mulheres Marina Silva (PV) e Dilma Rousseff (PT); e os homens Rui Costa Pimenta (PCO), Levy Fidelix (PRTB), José Maria de Almeida (PSTU), José Serra (PSDB), José Maria Eymael (PSDC), Plínio Arruda Sampaio (PSOL) e Ivan Pinheiro (PCB).
 As eleições 2010 vão ultrapassar fronteiras: a Justiça Eleitoral vai garantir o direito ao voto também no exterior, onde há de 200 mil eleitores, em 86 países, com 550 urnas, genuinamente brasileiras, distribuídas.  A chefe do Cartório Eleitoral no Exterior, Sayonara Ferreira Bracks, explicou como devem proceder eleitores dentro ou ausentes do país. Os não registrados tem que baixar formulário disponível no site do TSE, preenchê-lo e entregar às instituições diplomáticas. O brasileiro residente fora, há tempo, que ainda não transferiu seu título, deverá preencher o mesmo documento e enviá-lo, imediatamente, por correio à jurisdição que pertence, de preferência via sedex.
 Quem estiver em viagem, em plena eleição, seja no exterior ou outro lugar do país, este terá 30 dias para apresentar justificativa em seu cartório. O passaporte e a passagem são imprescindíveis. Se passar da data, paga multa, avisa Sayonara. Aquele com domicílio no exterior, que no dia da eleição estiver no Brasil, deve procurar qualquer mesa receptora de justificativa, com o T.E e um documento com foto.
O país onde há mais eleitores brasileiros ainda é os Estados Unidos e Nova Iorque é a cidade onde há mais cadastrados..O número de brasileiros votantes fora de sua pátria aumentou em 300% e isto se deve ao bom entrosamento do cartório eleitoral no exterior com o Itamaraty e às campanhas realizadas nos últimos quatro anos.
  Fonte: Conforme vídeo da agência do TSE

01 outubro, 2010

GRÃO A GRÃO A AVE SE ENCHE E RIOS VIRAM VALÃO

O homem precisa imediatamente abrir os olhos para os problemas gravíssimos que estão ocorrendo na natureza. A simples queimada que seu vizinho faz constantemente, (pois em todo lugar 'há sempre um' achando que vai resolver o problema da limpeza colocando fogo em tudo que vê, sem às vezes se importar, ao lado, com quem tem um filho que sofre com a fumaça) faz mal ao meio ambiente. É aquele simples detalhe: "de grão em grão a galinha enche o papo”. Falta educação, literalmente falando, e em todo o mundo. Este vídeo fala da falta de educação do homem que está acabando com os rios existentes por todo o planeta. Seja no Brasil, com o Rio Amazonas, à Índia e Egito, com o Nilo. Dos mais pequenos aos grandes rios. Esta geração, de novos e velhos, precisa começar a abrir olhos senão ficará conhecida na história como a responsável por acabar com toda a água potável do planeta.

Ouça este vídeo, gentilmente colocado à disposição na Internet, pela CBN, da entrevista de Heródoto do Barbeiro com o educador Sérgio Abranches - mestre em Sociologia pela UnB, PhD em Ciência Política pela Universidade de Cornell e Professor Visitante do Instituto Coppead de Administração, UFRJ.  


Removi o Link da rádio, pois toda vez que abria a página, entrava o som, sendo preciso pausar - Se quiser ouvir o vídeo da entrevista CLIQUE AQUI -  e dê player na reportagem "Rios enfrentam 'estado de crise' e situação de alto risco.


30 setembro, 2010

DETERMINAÇÃO DOS ADULTOS: JOGUE NO PARAÍBA!

Recentemente, da Ponte Mauá, em Barra Mansa, mostrei para minha mulher e minha filha, entre os restos de blocos de concreto da ponte antiga (levada pela enchente de 1999/2000), as carcaças de duas vacas. O mau cheiro já começava tomar conta do ambiente aberto. Mais uns dois ou três dias a situação deve ter piorado. Não voltamos para saber. Fiquei intrigado por serem duas vacas, imaginando se não tivesse ocorrido alguma morte em massa por contaminação em algum rebanho. Em casa, por um bom tempo, evitamos a carne.
Dúvidas à parte, não dei muita importância ao fato e hoje, correndo algumas páginas na Internet, achei por bem comentar. O Rio Paraíba sempre serviu de depósito de coisas velhas e de animais mortos. Lembro-me na infância, que quando morria um gato ou cachorro, a determinação dos adultos era: jogue no Paraíba. E vi muitos garotos de minha idade arrastando o 'animalzinho' de estimação para jogar no rio. Acredito que esta prática mudou muito. E sempre volto os olhos para o cansado e maltratado Rio Paraíba quando atravesso uma das pontes de Barra Mansa, ou me encontro próximo às suas margens. São poucos os lugares que permitem essa aproximação.
Os políticos do passado nunca tiveram a preocupação de preservar o rio, muito menos suas margens: construía-se à vontade, sem nenhum critério e controle. Isto em quase todas as cidades ribeirinhas ao Paraíba do Sul. As enchentes chegaram antes. Seguem o curso normal: sempre virão. É o mesmo caso dos trens, já comentado neste blog. Eles chegaram bem antes do progresso. Cabe ao homem se adaptar.

29 setembro, 2010

TODAS AS CIDADES TIVERAM E TÊM SEUS PROBLEMAS

Via Dutra: principal canal de escoamento de mercadorias
Os municípios poderiam ser considerados “estado de espírito”, como analisa Roberto S. Lopez, em seu livro "A Cidade Medieval"Ele diz que "cidade é um estado de espírito, uma encruzilhada protegida por muralhas ou por simples fronteiras administrativas identificadas por uma carta topográfica", como são as de hoje. O livro avalia o "estado de espírito dos habitantes", e cita cidades bíblicas e da antiguidade como Jericó ou Florença. "...considero que compreender o espírito e a mentalidade de quem viveu esse ambiente e essa experiência é o primeiro dever a cumprir do ponto de vista da História".
Quem não conhece Copacabana, no Rio de Janeiro, vê de fora somente sua beleza, grandiosidade e fama, não sabe a realidade crua de pessoas que vivem amontoadas em quitinetes, algumas em condições subumanas, somente pelo fato de morar na "cidade maravilhosa". Este e outros problemas verificados nas grandes cidades, como mendicância e própria violência  não são novidades. Veja esse trecho retirado do mesmo livro:
"Em Opole, na Silésia polaca, os arqueólogos mediram os parcos aposentos das miseráveis casas dos primeiros séculos posteriores ao ano 1000 e concluíram, com ou sem razão, que num par de hectares se apinhava a população de uma autêntica cidade. Em Constantinopla havia grandes palácios, parques, jardins e ruínas, mas Romano II considerou necessário fechar os pórticos para que os pedintes que aí dormiam não morressem de frio".
Estão aniversariando hoje três importantes cidades do Vale do Paraíba Fluminense: Resende, Valença e Vassouras. A Rodovia Presidente Dutra é o principal canal de escoamento de mercadorias e de passagem destes três municípios, que no passado eram um só, em um grande território, intitulado a princípio como Fazenda Resende. O que se pode afirmar é que Resende veio primeiro. Mas, isto não faz muita diferença. Deixando os limites fronteiriços de lado, imagine a cidade como uma região. Se não tivesse havido separação geográfica, a região, juntando Volta Redonda, onde esta instalada a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), seria uma potência que superaria, talvez, em arrecadação e economicamente, a capital Rio de Janeiro.
Quem visitar Valença ou Vassouras se encantará com as belezas históricas. Não sabe as dificuldades dos moradores e encontrará problemas. Em Resende, o potencial de desenvolvimento com a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAM), a maior da América Latina, e as instalações de novas empresas com as perspectivas de emprego, fica a impressão de que não se tem problemas. Entretanto, na cidade está o maior lixão da região. Aliás, o acondicionamento de lixo, onde colocá-lo, é problema em todas as grandes cidades do mundo. 
Elas nasceram com a sociedade e, todas, sempre tiveram seus problemas. De todos os níveis. Sodoma e Gomorra foram destruídas, conforme a Bíblia, por causas das atitudes de seus moradores. Os políticos e representantes de cada uma das três cidades aniversariantes estarão hoje, ou já vem há algum tempo, aproveitando os louros da data, para dos púlpitos  exaltarem sobre o bem que fizeram. Não falarão uma frase sobre o que não fizeram e ou deixaram de fazer, se não for para justificar ou elencar novas promessas. Nenhum deles estará preocupado com o “estado de espírito” do cidadão. Afinal, como saúde, trata-se de um termo abstrato e nunca é visto pelo morador como um viaduto, ponte, escola etc.
Foto de Mauro Cesar ( Via Dutra, em Barra Mansa-RJ ) -
 Livro consultado "A Cidade Medieval", de Roberto S. Lopez - Editorial Presença -1988

Resende, Valença e Vassouras fazem, hoje, aniversários - 

HOJE TAMBÉM É DIA DO PETRÓLEO, DIA DO PARAQUEDISTA E DIA DO ANUNCIANTE.






28 setembro, 2010

UM PAÍS GRANDE, DE MUITAS FLORES E FOME

O Brasil é um país privilegiado: de muitas flores, solo fértil, onde quase tudo que se planta dá; de um território entre os maiores do mundo e uma produção alimentícia de dar inveja. Este ano, conforme informações recentes, o número de pessoas com fome no mundo diminuiu, porém os dados ainda sãos alarmantes: a cada seis segundos, morre uma criança por desnutrição. Para a ONU (Organização das Nações Unidas), a produção alimentar precisa aumentar em 50% até 2030, a fim de dar conta de um consumo em crescimento constante. Por isso, nem tudo, são flores.
Segundo relatório da ONU, em concentração de terra e de renda, o Brasil perde muito. Os pequenos produtores respondem pela maior parte da produção de alimentos do mercado interno. E a fome no país é um grande problema, mesmo com os recentes índices de melhora anunciados em todo mundo e os atuais programas do governo brasileiro. Em 2003, no quesito "direito à alimentação", o relator especial da organização mundial naquele ano, o sociólogo suíço Jean Ziegle, divulgou que era possível combater a fome no Brasil, desde que o governo realizasse uma ampla reforma agrária. Ele recomendou, entre outras coisas, maior rapidez nas desapropriações e no combate à grilagem.
O relator reconheceu ainda que o principal movimento representativo dos que não tinham terra, o MST (Movimento dos Sem Terras), teria o direito de usar as ocupações como forma legítima de pressão, visando a desapropriação de latifúndios que não cumprem o que determina a Constituição Federal.  Isto, avaliando que a concentração de terras em território tupiniquim é uma das maiores do mundo, visto que o Brasil é uma nação que nunca fez reforma agrária.
Por fim, o relatório concluiu que o Brasil "é uma potência econômica entre as maiores do planeta, porém é também um país com milhões de famintos, excluídos desta economia". Jean Ziegle foi muito contestado no Brasil, há três anos, por ocasião do entusiasmo brasileiro pelo Etanol. Na época, revelou em relatório, que o produto colocava em risco a segurança alimentar da população e o meio ambiente. Inclusive as flores.
Algumas curiosidades sobre o latifúndio: por causa da concentração da propriedade da terra, no Brasil, há apenas 40 milhões de hectares de área cultiváveis. Ou seja, 10% do que se poderia plantar. A maior parte das lavouras está em propriedades com menos de 500 hectares. O Brasil é o país de  maior desigualdade social do planeta, o que tem a maior diferença entre pobres e ricos e uma das causas é a concentração da propriedade da terra. 

27 setembro, 2010

"COMO É O LUGAR..."

quando ninguém passa por ele?
Existem as coisas
sem ser vistas?
O interior do apartamento desabitado,
a pinça esquecida na gaveta,
os eucaliptos à noite no caminho
três vezes deserto,
a formiga sob a terra no domingo,
os mortos, um minuto
depois de sepultados, 
nós, sozinhos
no quarto sem espelho?
                    Carlos Drummond de Andrade

26 setembro, 2010

A QUASE MINEIRA DOS JORNAIS, DO CAFÉ E DO FUTEBOL

No início do século vinte, em Barra Mansa, existiam muitos jornais. O time de futebol da cidade foi o primeiro a se profissionalizar no Brasil. O município manteve por alguns anos a liderança na produção leiteira e, ainda, em meados do século XX foi o maior produtor de café do país. Destaques de Barra Mansa, onde foi instalada a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), que com a emancipação do distrito de Volta Redonda, perde a usina.
Em 26 de setembro de 1909, o jornal O Barra Mansa foi alvo de reconhecimento no interior do estado. O redator barra-mansense do jornal carioca Gazeta de Notícias, Alcides Silva, enviou telegrama ao periódico da cidade, anunciando a expedição do decreto governamental que se referia à construção dos ramais ferroviários de Angra dos Reis e Lavras-MG.
Barra Mansa à mineira Lavras foram ligadas por anos pelo Trem Mineiro, que percorria todo o sul de Minas, ajudando no progresso do município. A notícia, na ocasião, se propagou na região e na cidade, que ficou em festa. Teve desfile cívico e a população foi para as ruas a fim de comemorar a divulgação os ganhos sociais e regionais.
Na praça Ponce de Leon, em frente à Igreja São Sebastião, “vários oradores usaram da palavra, sendo aclamados com vivas à Barra Mansa e ao Brasil”. 
Barra Mansa avistada do Morro do Cruzeiro

Barra Mansa mineira
O município quase se tornou do estado de Minas Gerais. E qualquer filho da cidade que convive com cariocas é confundido com mineiro, devido ao sotaque regional. Um movimento surgido naquele estado, denominado “Minas-Atlântica’ pretendia à incorporação por Minas Gerais, do Planalto de Goiás, com a transferência de parte do Estado do Rio, desmembrando-se as cidades de Angra dos Reis, Paraty, Rio Claro Resende e Barra Mansa. Não se sabe quais eram os interesses econômicos no período. O fato é que passou pela cabeça dos políticos, com base na constituinte de 1891. Será que teria sido melhor?
  
Texto com base no Livro Caminhos, do historiador barra-mansense,  Alan Carlos Rocha - Impresso pelo GREBAL (Grêmio Barramansense de Letras) - Curiosidades da História de Barra Mansa, pág.178) - 2009 - Nova Gráfica e Editora -Av. do Comércio, 225 - Retiro -Volta Redonda - RJ
   Foto de Cesar Dulcidi (atual) m - Foto antiga: Acervo da Biblioteca Barra Mansa (Casa Sete) 

25 setembro, 2010

O IDEAL DO BEBÊ É CHORAR PELO ALIMENTO

         O escritor George Orwell, autor dos livros “1984” e “Revolução dos Bichos”, escreveu, certa vez, algo para se pensar: “Quando me sento para escrever um livro, não digo para mim ‘vou produzir uma obra de arte’. Escrevo porque existe alguma mentira para ser denunciada, algum fato para o qual quero chamar a atenção, e penso sempre que vou encontrar quem me ouça.” Tal declaração me chamou a atenção. Dos milhares de blogueiros existente, entre os milhões de páginas, sites e blogs e publicações, não existe um sequer que em algum momento não tenha tido um pensamento como este. Quando qualquer ser humano escreve ou faz qualquer coisa, naquele momento, ele não está ciente de que está construindo uma obra de arte, normalmente, ele pensa que o que faz será ouvido, lido ou servido para alguém.
E é isso que move a terra, pois até ela faz seus movimentos de translação e rotação cumprindo um propósito do universo. E baseado nesta grandeza, o anônimo, o famoso, o ignorante ou intelectual cumpre sua função. Por isso, continue fazendo o que acredita. O mais importante é acreditar no que faz. Seja o que for. A humanidade não teria razão de ser, se um dia após outro, deixasse de crer. O ideal de cada criança é brincar e acreditar no brinquedo e do bebê é chorar pelo alimento e tê-lo, naquela hora. Ele acredita e o tem; imediatamente!
 Acredite nos resultados e mais ainda: você pode tudo. A máxima dos evangelhos se resume em dois versículos um do Velho outro do Novo. No livro do Êxodo, diante das dificuldades apresentadas por Moisés, ficaram as afirmações “Serei contigo, Mostrarei estar contigo”, em resumo incentivando-o que não estava sozinho. No livro dos Filipenses, as frases “posso todas as coisas naquele que me fortalece” ou “força e virtude naquele que me confere poder” e por ai vai.
O certo é que: temos tudo para seguir em frente! 

24 setembro, 2010

FEITICEIRO QUERIA GANHAR PUBLICIDADE EM BM

Existe todo tipo de artimanha para se ganhar publicidade. O cidadão quando pretende ser vereador já começa cedo a fazer sua própria propaganda e se nota muita criatividade e, também, esperteza. Longe da política, há os querem se projetar na sociedade e ser conhecido. Isto sempre existiu, desde a antiguidade, e sempre existirá.  Em Barra Mansa,  num mês de setembro de 1915, se propagou a notícia de um feiticeiro com este objetivo:  queria ganhar fama. 
Em moradia central da cidade, Rua Barão de Guapy, nº 32, atualmente, tomada por lojas comerciais, foi noticiado  que uma jovem expelia pela vias urinárias coisas estranhas, como lagartixas secas, pedaços de ferro velho, cabeças de urubu, ossos e etc. A vítima se chamava Benedita Ferreira, conforme foi apurado pela equipe do jornal A Gazetinha, um dos maiores da época, que encontrou a moça gemendo e em um canto da casa apenas ossos, queimados em um dos lados.
O médico Mário Ramos, que hoje dá nome a uma das principais ruas no centro de Barra Mansa, foi quem desvendou o fato. "Nem mandinga, nem cangerê. Era esperteza mesmo", assim dizia a notícia, conforme o o livro. Após examinar Benedita, o médico conseguiu a sua confissão. Tratava-se de uma farsa, articulada pelo seu tio, Manoel Ferreira, com intuito de ganhar fama e reconhecimento como feiticeiro.



Texto com base no Livro Três Caminhos do historiador barramansense Alan Carlos Rocha - Impresso pelo GREBAL (Grêmio Barramansense de Letras) - Curiosidades da História de Barra Mansa, pág.178) - 2009 -Nova Gráfica e Editora -Av do Comércio, 225 - Retiro -Volta Redonda - RJ





Foto de Mauro Cesar - Centro de Barra Mansa - Jardim das Preguiças

23 setembro, 2010

A PRIMAVERA NUNCA VAI EMBORA LEVANDO TODAS AS FLORES...

Aos dez minutos de hoje, iniciou-se a primavera. Pouco menos da metade da população brasileira a viu chegar; estava dormindo. Hoje também é comemorado o "Dia Internacional da Memória do Comércio dos Escravos e sua Abolição". A Inglaterra foi uma das maiores incentivadoras para o término deste comércio. Não foi uma decisão nobre, por que por trás havia os interesses de produção, consequência da Revolução Industrial. Atualmente, a consciência brasileira é outra, mas ainda há muita discriminação e preconceito.
A primavera, assim como o sol, está aí para todos. Brancos, negros, amarelos, vermelhos e verdes, principalmente. Afinal, é a época onde tudo fica mesmo mais verde. É um tempo diferente, onde tudo floresce, os campos ficam vitalícios e a natureza fica mais bonita. E as noites trazem um encanto ímpar, preparando os ambientes para dias mais quentes.
 Depois da primavera, para o final do ano "é um pulo;". "O grande barato" da estação são as flores. E para elas já existe até uma linguagem. São elas que perfumam o ambiente, que geram os perfumes e atraem os beija-flores. Como presente ou lembrança de uma data, as flores têm o seu significado máximo. São ignoradas, porém, quando adornam o ataúde. Mas, a maioria das vezes elas são bem vindas. E sempre anunciam a chegada da primavera, que nunca vai embora levando com ela todas as flores.

22 setembro, 2010

E SE INVENTAREM O DIA INTERNACIONAL SEM BICICLETA?

Um mundo sem carro seria interessante. Já escrevemos aqui sobre como seria se não tivéssemos o celular. A geração atual está tão acostumada com ele, que o impacto seria grande. Mas como seria se ficássemos todos, de repente, sem o carro? Se um vírus impedisse o funcionamento de todos eles, sejam os movidos a gás natural, gasolina, álcool ou à eletricidade? Aliás, este vai ser difícil, pois entra em conflito com interesses mercantis. Como a Internet via eletricidade: conectou a tomada e estaria na rede. Isto também vai contra os mesmos interesses.
Na verdade, deixamos de ter muito coisa e muita gente morre por causa de interesses financeiros. O mundo, com alcance das descobertas tecnológicas, variação genética humana, programação de células adultas e origem dos raios cósmicos e outras, poderia ser muito melhor. As três últimas destacadas pela revista Science.
Temos nos brasileiros grandes talentos. E o carro foi um grande invento, mas já está atrapalhando. Em breve, surgirá uma Lei proibindo o uso do carro (pequenos percursos só pelo armóvel). O armóvel seria um veículo pequeno, tipo uma vassoura. Em São Paulo, a primeira cidade do mundo a adotar o sistema de rodízio no trânsito, os carros tem os dias relacionados ao final da placa para rodar. Alguns grandes empresários utilizam o Helicóptero, que deve ficar caríssimo, para nós. Outros, têm mais carros, com finais de placas diferentes. E continua o problema.
Mas, para não estender mais o assunto e deixar o restante à reflexão, fiquemos na comemoração do "dia internacional da cidade sem carro". O assalariado que mal consegue receber o necessário para o sustento da família não vai entender essa comemoração. Mesmo porque, a Wikipédia traz um dado intrigante: o de que existe, no mundo, um carro para cada onze pessoas. E tem mais, este número estaria aumentando rapidamente, principalmente, na China e na Índia, lugares onde a bicicleta é muito difundida.
Agora, imagine lançar na China o "dia nacional sem bicicleta". A China pára! Aliás, o mundo pára!

21 setembro, 2010

PARECE CASTIGO PELO EXTERMÍNIO DE PARES E PARES

Este poema é do escritor e jornalista Cesar Dulcidi e serve para lembrar as comemorações deste 21 de setembro, quando se comemora o Dia da Árvore, do Rádio e o do Radialista, do Fazendeiro, Dia Nacional dos Portadores de Deficiência, Dia Internacional da Paz das Nações Unidas e o Dia Mundial de Combate ao Mal de Alzheimer.

UM DIA NÃO HAVERÁ ARAGEM, NEM MARGENS

A árvore chegou antes de nós
E é sacrificada por milhões de papéis

O radialista denunciou sua derrubada
E o fazendeiro a troca por anéis
No mundo todo, milhares não se lembrarão mais
Parece castigo pelo extermínio de pares e pares
Da natureza e de animais
Da vida torta, mutilada em todos os lugares
E se falares?
Por humanidade, o conselho do planeta,
as nações unidas, não poderá fazer nada
O comercial, o mercado e o financeiro
Vieram primeiro e inventaram os janeiros
O rádio anuncia e a TV mostra imagens
Há prenúncio de que um dia
Não haverá aragem, nem margens
Só em cadernos amarelados,
Ou textos inúteis e fúteis
Em toda parte tremer será arte
Gemer conseqüência
Morrer? O final, uma sequencia
Centenas de milhares não se lembrarão
Se for mundial o esquecimento,
Não importa, a riqueza será uma porta
Para o reconhecimento
E lema: da lama à cama à fama
Centenas de milhares não se lembrarão
E a logística do conforto tecnológico
Será, então, como tóxico
Mera Ilusão: bem e mal para uns;
Mau e bom para alguns


Foto do site do jornalista Cesar Dulcidi

20 setembro, 2010

FALTA DO QUE FAZER

Praia da  Ilha Grande-Angra dos Reis
Tempos atrás, logo após a tragédia que abateu Angra dos Reis devido às chuvas que ocasionaram mortes, surpreendi um colega da Informática no trabalho concentrado no monitor do computador. Perguntei o que olhava com tanta atenção e com certo ar de entretenimento, ao que ele me respondeu com um meio-sorriso: estou olhando os corpos de Angra, você não se importa em ver? Estranhei, a princípio, mas, depois senti que tinha brincadeira no ar. Entrei na sala e me deparei com uma série de mulheres bonitas, seminuas, posando nas areias da praia angrense.
É engraçado lembrar este fato que contei em casa para a minha mulher. É claro, procurei mostrar não ter me interessado muito e ainda "critiquei" o colega. Minha cunhada também achou engraçado e contou para as amigas e vizinhas.
E hoje, surpreendi-me novamente ao rever minhas anotações. Coloquei no pesquisador de imagens do Google a seguinte frase: “os corpos de Angra dos Reis”. E o que me aparece?
Aparecem fotos da fatídica tragédia, mas em meio às imagens de belas mulheres de biquíni, seminuas e homens com “o corpo sarado”.
Na ocasião, muitas brincadeiras surgiram na rede sobre os corpos de Angra. E não faltaram os comentários sobre ”humor inadequado” e “a pessoa faz isso porque não foi com alguém de sua família”, ou “falta do que fazer”. E agora, de longe, achei por bem trazer o assunto à tona.
Ah! As mulheres? Não, não. Não é aqui vai vê-las!

Foto extraída do site Planeta Oceano

18 setembro, 2010

NA PRÉ-HISTÓRIA O GATO JÁ CAÇAVA O RATO

É provável que o gato seja o animal de estimação mais antigo e tenha habitado palácios de faraós e reis, assim como os casebres mais simples dos escravos. Arqueólogos descobriram fósseis de um gato de estimação, junto a seu provável dono, numa tumba datada de 9.500 anos antes de Cristo. Por serem animais de fácil adaptação e amantes de carinho, esses bichinhos são tão velhos como os humanos e o mundo. Não é considerado “o melhor amigo do homem”, como o cachorro, mas está entre os mais antigos. É o que acreditam pesquisadores franceses do Museu Nacional de História Natural de Paris, que anunciaram a descoberta do animal e do homem em um sítio arqueológico na cidade de Shillourokambos, na Ilha de Chipre, no Mar Mediterrâneo. Há também uma crença de que gatos selvagens tenham sido domesticados pelos antigos egípcios.
Os fósseis estavam a menos de 50 centímetros dos restos de esqueleto humano masculino, indicando que foram enterrados juntos. No local, foram encontrados também pedras polidas, ferramentas, jóias e outros objetos. Podem ser oferendas colocadas perto da pequena cova feita especialmente para o gato, conforme os arqueólogos. Eles ainda não sabem a natureza dessa relação do humano com o animal doméstico, pois poderia existir a conotação religiosa, comum no período.
Os desenhos antigos encontrados em cavernas, rochas e sítios arqueológicos, registros pré-históricos, demonstram o envolvimento humano com o animal. Na escola sempre se ensinou que o homem é um animal racional. E o racional é algo às vezes relativo, dependendo do ponto de vista. Todavia, voltando à História, os estudiosos acham que as informações confirmam o vínculo doméstico.
- "Demonstramos que a domesticação dos gatos não começou no Egito há quatro mil anos, como se acreditava, mas pelo menos cinco mil anos e meio antes disso no Oriente Próximo", afirmou o arqueólogo Jean-Denis Vigne, coordenador da equipe francesa de pesquisadores.
Se o gato é tão antigo assim, o seu inimigo nº 1, que o tem como principal predador é também antiqüíssimo. Acredita-se que os gatos da época controlavam a população de ratos destruidora das plantações de cereais de Chipre e do Oriente Médio. "É provável que a domesticação de gatos tenha começado há 12 ou 14 mil anos. Existem evidências de que ratos já proliferavam em armazéns de cereais nesse período", palavras do pesquisador Jean-Denis.

O nome do gato da foto é Rabudo - pertence a Dayse -
Foto de Luciana Andrade

16 setembro, 2010

DISPONHA-SE A SER UM SOLDADO DA PAZ NA INTERNET


A Internet, como a televisão, é uma das maiores descobertas do homem moderno. Esta década ficará consumada na história como os primeiros dez anos de utilização de todos os meios de comunicação globalizada e democratizada. Qualquer cidadão comum fala o que quer, expõe sua arte, suas ideias e pensamentos, por meio de um instrumento como este. A rede mundial de computadores é um dos instrumentos mais democráticos que já se inventou até hoje, sem distinção. Tem muita coisa boa, mas também têm malefícios terríveis. A pedofilia é um deles. As coisas boas são em maior proporção. E esta notícia é exemplo: uma mulher descobriu o suspeito de tê-la sequestrado em Março deste ano, que foi preso ontem (15/09) em São Vicente, litoral de São Paulo. A vítima o encontrou no Orkut.
Casos de descoberta feitos pela polícia, pela Internet, muitos não divulgados pela mídia são certos. Neste momento, um ou outro investigador ou assistente policial está na rede fazendo buscas. A população pode e deve usar blogs e todas outras ferramentas e páginas de relacionamento para buscar o bem e o bom. É importante que cada, no mais simples computador de que se dispõe se disponha a ser um soldado da paz. Use a Internet para o bem e para o bom. E a paz vai ser sempre vizinha.

Veja reportagem na integra no G1.Globo.com. Clique na notícia em destaque.

15 setembro, 2010

UMA PARCELA DA INTELIGÊNCIA DO CRIADOR

PAUL SCHWEITZER*
Nestes dias foi publicado na Inglaterra o novo e controvertido livro "The grand design" ("O grande desígnio"), do famoso físico Stephen Hawking. Ele afirma que não precisa de Deus para e
xplicar a origem do Universo. Segundo as leis da física quântica, pode acontecer espontaneamente no vazio quântico o big bang que deu origem ao Universo. Não há dúvida que Hawking é correto na sua interpretação da física contemporânea. Mas não dá uma resposta adequada à pergunta filosófica: por que algo existe, em vez de nada? O vazio quântico, mesmo sem a existência de matéria e energia, já é algo. Satisfaz leis físicas determinadas. Deve-se perguntar por que o vazio tem essas propriedades, por que existem as leis que ele satisfaz. A pergunta fundamental não é respondida, mas se desloca à metafísica, além da física. A física estuda as propriedades da natureza, sem chegar ao que está na origem dessas leis.
Fica a pergunta: "Por que existe o vazio quântico, com as suas propriedades?" Pode-se responder: "Porque simplesmente é assim." Mas esta resposta não satisfaz a quem busca entender o porquê das coisas. A atitude do cientista, diante de um fenômeno, é buscar uma explicação suficiente, não de aceitar o fenômeno sem mais. Esta atitude fundamental do pesquisador nos leva além das leis físicas. Por que existem tais leis? Por que há uma ordem e regularidade na natureza? Esse fato maravilhoso - que a natureza pode ser entendida pela razão humana, nos avanços científicos ao longo dos séculos - é um reflexo do Criador inteligente. Ele criou as leis da natureza e criou o ser humano na sua imagem, com uma parcela da inteligência do Criador

Parte de Texto Extraído da Seção OPINIÃO de o Jornal O Globo - Publicado em 13/09/2010 - Paul Schweitzer - é padre jesuíta e membro da Academia Brasileira de Ciências.

Fotos do Site da Wikipédia.
Cometa e Mosca da Imagem.

14 setembro, 2010

A HISTÓRIA DA IGREJA TEM SIMILARES NO PRESENTE

Catedral da Sé - São Paulo
Foto:WIKIPÉDIA: 

O livro de Leo Huberman, "A História da Riqueza do Homem", concluído em 1936, é atual nos dias de hoje, tentando explicar a história pela teoria econômica e a teoria econômica pela história. Faz uma análise geral sobre capitalismo, sobre mercado, intercambio entre nações, trabalhadores, camponeses, mercantilismo, moeda e a riqueza dos estados. O assunto é tão presente, quando trata da desvalorização da moeda, acumulação de ouro e prata, mercantilismo e expansão de mercado, em paralelo com economia de mercado, logística, exportação e globalização. Qualquer ensino sobre globalização e justificado pelas teorias encontradas no livro de Huberman.
O texto abaixo, copiado do 1º capítulo, um preâmbulo da primeira parte do livro - Do Feudalismo ao Capitalismo, revela ações de uma Igreja-governo dominadora, em um dos períodos significativo da História. É uma das políticas mais intrigantes da Igreja: o celibato dos padres. Com a reforma religiosa de Lutero, que derruba a figura do líder solteiro, sem família constituída, surge o pastor, não de ovelhas, mas pastor de pessoas. Diferente do padre, o pastor pode se casar e apresenta uma nova doutrina, desmistificando o altar e trocando a missa tradicional por um culto sem simbolismo e dogmas. Mudando a forma da Igreja de vitrais, rica, histórica e repleta de imagens de Santos, por templos mais simples. Atualmente, os templos se propagaram, em diversos credos e alguns ajudam a manter horário de TV e TVs independentes; alguns mantêm padrões de construção sofisticados, outros são tão pomposos quanto às igrejas católicas de outrora.

11 setembro, 2010

A SINA DAS CIDADES RIBEIRINHAS

Um córrego preto, assoreado, deslizando suas águas carregadas de fezes, urina, resíduos menstrual e lixo, com alguns pontos de suas margens tomadas por casas e casebres, em ambos os lados, é o que se tornou o Rio Barra Mansa. O mesmo gerou o nome da cidade e ainda nasce e corre por um longo trecho com águas límpidas. Quem vai em direção a Angra dos Reis, pode vê-lo, por alguns quilômetros, comprido e frágil, rolando por pedras e montanhas, ainda límpido. Aonde a densidade populacional é baixa, estas águas que se transformam num valão de esgoto, permanecem transparentes. Elas ficam mais poluídas quando passam por Santa Clara, São Luiz e Boa Sorte, onde desaguam no rio Paraíba do Sul.
Há bem pouco tempo, por este “rio” deslizavam embarcações pequenas e moleques, alguns hoje com menos ou mais de 50 anos, se banhavam frequentemente em seu leito. E neste mesmo período, ou antes, era possível em suas águas claras avistar peixes e outros animais aquáticos. O encontro deste afluente com o “grande” Paraíba é atualmente o cenário mais feio, em contraste com a construção majestosa. Inaugurado há cinco anos, do imponente Fórum de Barra Mansa, avista-se as águas pretas, paradas, se encontrando “vergonhosamente” com as correntes de águas esverdeadas, não menos poluídas, do Rio Paraíba do Sul.
Encontro parecido pode ser apreciado quilômetros antes, próximo ao ponto onde, em 1841, foi construída a primeira ponte, o Rio Bananal, outro afluente que caminha para a mesma sina. Desemboca nesta parte do rio Paraíba do Sul, águas barrentas e mais caudalosas, mas, carregadas de esgoto como as do rio Barra Mansa. A Colônia Santo Antônio, em fase acelerada de crescimento, com centenas de moradias em construção, terá esse mesmo Bananal recebendo mais dejetos e lixo. Em pouco tempo, o visual do Bananal será pior, se não for tomada nenhuma solução.
É o retrato de outras cidades do vale do Paraíba Fluminense e Paulista, onde, como Barra Mansa, muitos de seus afluentes morreram ou tornaram se valas a céu aberto. A realidade de hoje é a seguinte: a população bebe uma água límpida, bem tratada, porém carregada de metais pesados, retirada de um rio poluído, tomado de fezes, urinas, materiais tóxicos, restos de queimadas, matérias orgânicas adulteradas, plásticos de todos os tipos e a tão fadada garrafas PET. Por enquanto, é esta a sina das cidades ribeirinhas do Paraíba do Sul.

10 setembro, 2010

GENTE BOA QUE SOFRE, PATIFES QUE PROSPERAM


As tragédias naturais, como a Tsunami do final de 2004, quando ondas gigantes atingiram o litoral de países asiáticos e africanos, ocasionando cerca 100 mil mortes, estão sujeitas a acontecerem, diante das perspectivas do planeta, com a ação humana. O que há controvérsias.
E estas intempéries que acontecem deixam marcas, fotos que chamam a atenção. Por isso, reservo duas. Nas chuvas no Rio de Janeiro, uma adolescente ligando, certamente para a família, em meio à enchente em bairro nobre da zona sul carioca: o contraste da tecnologia com o que a humanidade não consegue evitar. Em outra, o sentimento de um bombeiro diante de uma tragédia, que era para lhes ser normal. Mas, ele é ser humano. Veja que a legenda da foto de O Globo diz tudo.
Ficam algumas ponderações para sua avaliação, que não são as destes bloguista, com relação ao texto do professor titular de Ética e Filosofia Política na Universidade de São Paulo (USP), Renato Janine Ribeiro. O artigo me fez lembrar as fotos no arquivo, e as fotos, o artigo. Mas, não o trago na íntegra.
Quando chegar o final do ano, de forma mais aprofundada, a Internet, os jornais, rádios e canais de TV estarão apresentando sínteses como estas. A chamada retrospectiva que, às vezes, é bom de ver. E nesse “revés” os fatos desagradáveis são os mais destacados. Mas, neste universo cada um tem o seu galardão. Já tenho o meu: a perda de meu irmão, em Março, foi a maior e pior das catástrofes que aconteceu em minha vida este ano.
Com isso, este artigo intitulado "O Fim do Mundo" (se fosse meu, daria este título: Gente Boa que Sofre, Patifes que Prosperam), conforme é citado, objetiva a reflexão e por si só é o paradoxo da dialética. Veja que, para esta apresentação, quis chamar a atenção para as reações naturais, como título e como a impressão que fica em cada um que lê, por diferentes ângulos. E também as imagens. Deixo-as, assim como estas análise, parafraseando o autor, o que suponho ser uma colaboração para reflexão pública.

Este ano está marcado por tragédias naturais. No dia 1º de Janeiro, Angra dos Reis sofreu uma quantidade terrível de mortes, em acidentes pavorosos. Em abril, foi a vez de Niterói. Mais uns dias, e um vulcão na Islândia parou o tráfego aéreo na maior parte da Europa... E certamente há pessoas de forte religião e pouca reflexão que acreditam nesse cenário, isto é, que o pecado seja a causa de um castigo divino. Bons e maus. Seria mais ou menos óbvio Deus premiar os bons e punir os maus. ....Aqui entra o modelo Jó.
Homem temente a Deus, Jó é riquíssimo. Mas o diabo diz ao Senhor que Jó só é tão bom devido a sua prosperidade. Deus então autoriza Satã a destruir tudo o que Jó possui. Mas Jó, a todos os que acusam Deus por mau, responde que o Senhor deu, o Senhor tira. (No fim da história, ele recupera tudo o que perdeu). A história de Jó autoriza dizer que os bons sofrem porque Deus está testando a fé, a bondade e as suas virtudes. Em outras palavras, tudo o que sucede – de bom e mau – neste mundo pode ser explicado em termos religiosos. ... Podemos crer em Deus, sim, mas queremos algo mais sofisticado – que é a Ciência.
(Clique no link acima para ler o texto completo: Eis um texto do professor Renato...)
*Fotos escaneadas de O Globo e Jornal do Brasil
Clique duas vezes para ter as fotos ampliadas.