06 novembro, 2021

Encontrei esse poema, datado, em um caderno escolar usado no ano de 1989. Além de material de estudo, há poesias, discursos e dicas para construção de textos, história criadas e ideias de redações. Material que pretendo trazer aqui como "Meu caderno de 1989". Segue abaixo o poema, que na ocasião tinha sido intitulado como "Nostalgia", que troquei para.... 


Amanhecer 

                                                                                                                                              05/07/1989

Vejo o reflexo do orvalho molhado no asfalto,

via que já não está mais tão preta,

preta, escura, está a noite do meu viver

que ao longe, parece trigo, esparramado na pista

Na escuridão noturna a solidão despista

e insiste em bater em minha porta


Todavia, meus olhos corta a noite fria

e meu ser nem se importa com o vazio da rua

As luminárias sobem na calçada para 

acompanhar o círculo que a praça escreve

e parece que das lâmpadas se desprendem

flocos de neve

Os bancos gelados, molhados, sem o calor das pessoas,

deixa a praça tão sem graça, refletida na vidraça

e minha angústia não passa, não passa

Passa hora! 

Passa hora!

meus olhos fogem pela janela que sua

buscando o brilho das luzes na rua

no fundo escuro e obscuro da madrugada


E quando a claridade do dia rompe

e surge a manhã molhada, sem espelho

com os olhos vermelhos em pedra

deixo o sono me dominar

depois da madrugada fenecida

e durmo em nostalgia com o amanhecer

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