O fotógrafo Sebastião Salgado, 69 anos, tem dois Facebook,
um falso e outro oficial. Nenhum dos dois ele visita ou faz qualquer
comentário. Aliás, ele diz não saber passar um e-mail e não se interessa, nem
tem costume de se conectar a internet. “Fotografia
é que nem bicicleta, se gente para de pedalar, a gente cai”, disse ele se
referindo ao vigor profissional, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura,
ontem (16/09).
Ao responder as indagações sobre aquecimento global, falou que o
essencial para o ser humano sempre existiu há 30, 50 anos mil anos.
- Só codificamos e aumentamos. Por isso, há uma
esperança. No momento certo, o homem vai construir o melhor para viver no
planeta, diz. Sobre a questão indígena,
o grande projeto que sonha realizar é
fotografar a realidade da Amazônia, onde a História da pré-história que ainda
existe no Brasil está no cinturão que se fecha contra as tribos isoladas. “Essas
culturas indígenas têm que se preservadas. Nós somos um dos poucos povos que
temos contanto com 12% de territórios indígenas”, afirmou.
Ao falar dos avanços tecnológicos, Sebastião Salgado
mencionou que a câmera digital completa o trabalho do fotógrafo, porém, não
consegue olhar a imagem na captação,"tem que colocar o olho". Lembrou que a
troca de filmes nas máquinas antigas só era ruim porque quebrava a concentração. Dentre as afirmações fortes e humanísticas, destacou o contato com a natureza:“... para se fotografar paisagem, animais
tem que se respeitar a dignidade do que se fotografa”.
Quanto a seu legado fotográfico profissional (ele
afirmou que tem de 400 a 500 mil fotografias) deseja que sirva a outras gerações
e às escolas. Há várias propostas de grandes empresas internacionais, mas, quer
seu arquivo no Brasil, não no exterior. Com a obra Gênesis ele conta a história do planeta.
Credita à esposa Lélia, com quem vive há 50 anos, toda organização e planejamento de seu trabalho. Ele é o que fala, comunica, mas Lélia, no silêncio, representa o seu equilíbrio.
Credita à esposa Lélia, com quem vive há 50 anos, toda organização e planejamento de seu trabalho. Ele é o que fala, comunica, mas Lélia, no silêncio, representa o seu equilíbrio.
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