VOVÓ SE FOI COM SEUS CABELOS DE NEVE

Enterramos ontem - eu, minha irmã, minhas tias, primas e primos, netos, bisnetos e tataranetos; irmãos, sobrinhos e afilhados de Maria de Lourdes Barreto, nossa querida avó, mãe e amiga, no cemitério de municipal de Barra Mansa. No próximo Março, dia 30,  ela faria 95 anos. Na sexta-feira, dia 8, no Hospital São Camilo, em Volta Redonda, assistimos um grupo de enfermeiros levar o maior patrimônio que tínhamos para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), de onde não mais voltou.

Era final de tarde e quando cheguei com minha família, encontrei vovó no quarto do hospital, com as filhas Anna, Maria, Glória e Fátima e a bisneta Anna Carolina. Vovó, com seus cabelos de neve, o braço direito muito ferido (resultado das tentativas de busca de veia), estava serena e aflita. A falta de ar a incomodava muito, mas a agulha no braço ferido e o cateter introduzido no nariz, também. Por isso, a todo momento ela tentava arrancar os dois. Mas, relaxava o braço cada vez que falávamos ao seu ouvido "que aquilo era remédio e era para aliviar a falta de ar".

A cena dela tentando morder a mão da enfermeira, em protesto por estar sendo tirada do meio dos seus, vai ficar em minha mente por toda vida. Naquele momento, apesar de todos os problemas ela estava ali, lutando para permanecer entre nós ou para descansar junto dos parentes. O único médico na Unidade ainda perguntou: "por que trazê-la para UTI?" Ele mesmo não entendia a determinação. 

Ouvi de alguém, tenho certeza, o que seria a ordem deixada, que não haveria equipe médica durante o final de semana. Se não era para ser dito, vazou. Então, me pergunto, para quê um supersônico, se não há gente para pilotar? Ou um supercomputador chinês, sem não tem ninguém para operá-lo?  "É chique morrer na UTI".... "Ela já viveu muito..." São justificativas.

E se estava havendo falência múltipla de órgãos, por que não esperar? Fui informado que a falta de ar era por causa dos rins que haviam parados e água no pulmão. E depois descubro que a estadia na Unidade é caríssima e faz alguns ganharem mais. E não posso deixar de perguntar, mesmo se tiver sendo injusto: "teria piloto para o supersônico se fosse uma celebridade"? Ou "deveria se ter mais critério para levar alguém para uma UTI"?  

 Tenho certeza de que todos os da família, mais  envolvidos, gostariam, hoje, apesar de exaustos com as tentativas de vovó,  de ainda tê-la ao lado. Ela tinha alzheimer  e estava escutando, muito pouco, apenas de um ouvido. Era doloroso a situação, que eu só vivi por alguns minutos.  Penso que poderia ter sido de uma forma menos dura, como dizem: morrer como um passarinho, ou um acordar interrompido para a eternidade.

São apenas detalhes. Afinal, ela ainda vive e viverá para sempre em nosso pensamento, na lembrança de cada um, nas tarefas aprendidas, no sonho do reencontro. 

O texto abaixo foi publicado aqui em setembro de 2009 -

SER IDOSO É SUBLIME

Ela é avó de muitos netos, bisnetos e tataranetos. É um exemplo de vida divino! Como o de muitas e muitos avôs. Tem hoje 94 anos e sua audição também passou dos 90% de deficiência. E está com Alzheimer. Toma remédios para o coração, mas ainda conversa; menos do que antes, talvez por contemplar mais o silêncio. Abandonou a vida de trabalho constante, não por que quis e vive uma vida de reflexão. E é gentilmente feliz e agradecida. Percebe-se na comunicação que faz com os olhos.

Maria de Lourdes Souza Barreto -

Mas, não não abandonou a candura, a preocupação com os seus e os semelhantes e a caridade da partilha. A memória recente de quem tem Alzheimer é apagada a todo momento, mas a velha preocupação da divisão fraterna, ela não esquece. Em seus olhos percebe-se a paz que o mundo inteiro anseia. E basta alguns minutos ao seu lado para voltar à realidade revigorado (a).

Qualquer descendente ou amigo (a) que conviveu no passado e ainda convive experimenta essa verdade. É a plena juventude da vida. Ser idosa (o), assim, é sublime! É rezar orando a simplicidade da companhia e partilhar a paz.

A FAMÍLIA BARRETO SE REUNEM EM CONFRATERNIZAÇÃO

A família dos Barreto se reuniu neste domingo para confraternizar os aniversários ocorridos em Maio e Junho. A reunião foi em um sítio, em Santa Rita, Barra Mansa. Nos reencontramos com os tios de Pinda-SP, de Volta Redonda, e os daqui; os diversos primos de primeiro e segundo graus e os amigos. O lugar é muito especial, com uma casa muito aconchegante, muito verde e espaço suficiente. No meio da descontração, houve um momento para oração e agradecimento.

O sistema utilizado é a tradicional cotização entre todos, mas, na verdade, as tias acabam, todas as vezes, dando uma contribuição maior, além da dedicação e a de preocupação com todos.

No encontro, foi feito também uma homenagem, pela passagem do dia das mães, aos filhos e filhas da matriarca da família Barreto, Maria de Lourdes, e os representantes receberam um caminho de mesa, feito de pano jeans e bordado a mão. Saudações as tias Ana, Ceiça, Fátima, Glória, Maria e aos tios Antônio Carlos e Juca (José Duque Barreto).
As primas organizadoras, Sandra e Sonia, já estão planejando próximo encontro para Agosto.

Na foto: Antonio Carlos, Juca, Fátima, Ana, Ceiça, Glória e Maria

TIO JUCA MORRE NO MESMO MÊS QUE FAMOSOS COMO PAPA FRANCISCO, FRANCISCO COCO E OUTROS SE VÃO

Tio Juca, Dáurea, Luciana e tia Glória passeando em Paraty-RJ

Eu e tio Juca

Num mês, ou num dia, como outro qualquer, morrem-se pessoas comum. E pessoas que não são celebridades do ponto de vista local ou mundial. Todas têm o mesmo destino, a morte. Perdemos é um tipo de gíria ou jargão atualmente usado quando parte alguém. Nosso Tio Juca, mais de quarenta - entre sobrinhos netos e sobrinhos - como eu, filhas, neta e netos, irmãs e irmão sexagenários. E ainda os cunhados. Estava com 85 anos e foi-se depois de um longo período de internação. Em Junho, morreram também o Papa Francisco, as cantoras Nana Caymmi, Roberta Flack, e o ator Francisco Cuoco. E ainda a brasileira Juliana Marins, que virou notícia pelos dias de expiação mundial na Internet, depois da queda em local ermo e de difícil acesso, próximo a um vulcão, no Monte Rinjani, na Indonésia.

José Duque Barreto, meu tio Juca - como era carinhosamente chamado, lanterneiro aposentado, se encantou com Paraty-RJ. Andamos juntos por aquelas pedras centenárias; ele queria voltar lá.

Uma das lembranças boas que tenho da infância e quando chegou em final de ano,na casa de minha avó - sua saudosa mãe, Maria de Lourdes de Souza Barreto,com presentes - fiz artigo sobre em 2012. Ele era meu padrinho. Revólver de espoleta, na época,era o preferido das crianças, e o brinquedo não tinha o sentido contra educativo de hoje. 

As filhas Márcia e Andréa

Tio Juca era pai das primas Andrea e Márcia, filhas legítimas; e de Adriana e Anderson, sobrinhos pelos quais assume a paternidade após a morte de seus pais. O cuidado e o carinho de Andrea  e Marcia com ele enfermo - nos últimos meses, trouxe a ele a paz e a certeza do amor e da dedicação das filhas. A frase triste e confortada de uma delas, ainda no hospital, minutos após a morte: "...já não abria mais os olhos, mas ficou bravo comigo". 

É a lembrança da convivência, de acontecimentos da infância ou da fase adulta quando ainda solteiras tinha-o ao lado, com sua austeridade de pai e da criação da época. Manifesta naquele momento em segundos de lampejos, saído do estado meio/coma em que estava. O que elas sentiram: nunca mais terão, e que naquele breve momento mostrou-se presente, vivo, elevando uma breve esperança. Momentos que queriam; nunca acabassem.

Dáurea e Juca na
celebração dos 80 anos

As filhas, ambas casadas, só o tinha. Viúvo há muitos anos, ele era casado com Dáurea, que por ser idosa, as meninas a pouparam de acompanhamento,. no período em que o tio esteve internado. O casal morava no final do bairro Vista Alegre, em Barra Mansa.

Juliana Marins - Conforme o site da Agência Brasil, perito estima que a jovem tenha morrido cerca de 32 horas após a queda, por traumatismo contundente, fraturas e ainda por ter sofrido lesões que provocaram hemorragia interna.

Fotos feitas por drone, vistas mundialmente com comoção, sugeriam deslocamento do corpo e que estaria ainda com vida. Ela fazia um passeio com um grupo de pessoas. Especulou-se na mídia, um resgate que não foi tentado por autoridades daquele país.

 

VIVER BEM HOJE GARANTE UMA "MELHOR IDADE"

O envelhecimento começa assim que o ser humano pára de crescer - no final da adolescência, quando os processos normais de reparação do organismo assumem um ritmo mais lento. O corpo vai mudando devagarinho, sem que a pessoa se dê conta. De repente, já não se consegue fazer algo que era tão fácil. O homem, porém, descobriu que a velhice não é sinônimo de doença, tristeza e inatividade. Assim, essa etapa pode ser plena em saúde, disposição e alegria.

O primeiro e mais importante passo é compreender e aceitar o processo. Sabendo como será, é possível mudar hábitos de forma planejada, fazer projetos para o futuro, tomar os devidos cuidados para prevenir doenças e ter uma excelente qualidade de vida durante a chamada terceira idade.
Quem deseja estar bem aos 80 deve começar a se cuidar desde já, quer esteja agora com 20, 30 ou 40 anos. Afinal, cuidados como boa alimentação, abandono do fumo e do álcool e diminuição do estresse melhoram o dia de hoje, mas só garantem a saúde na velhice se adotados bem antes de ela acontecer. A seguir, conheça algumas dicas de como começar.

Texto de Agosto de 2007 da Revista Planeta - confira reportagem na integra no site

Título adaptado

SALVE O DIA INTERNACIONAL DO IDOSO - Na data de hoje são comemorados também o DIA NACIONAL DO SURDO, DIA DO ENCANADOR, DIA DA CARIDADE, DIA MUNDIAL DO TURISMO E DIA DA BÍBLIA.

Hoje também é dia de São Cosme e São Damião - dia de distribuição de balas e doces.

SER IDOSO É SUBLIME

Ela é avó de muitos netos, bisnetos e tataranetos. É um exemplo de vida divino! Como o de muitas e muitos avôs. Tem hoje 94 anos e sua audição também passou dos 90% de deficiência. E está com Alzheimer. Toma remédios para o coração, mas ainda conversa; menos do que antes, talvez por contemplar mais o silêncio. Abandonou a vida de trabalho constante, não por que quis e vive uma vida de reflexão. E é gentilmente feliz e agradecida. Percebe-se na comunicação que faz com os olhos.

Mas, não não abandonou a candura, a preocupação com os seus e os semelhantes e a caridade da partilha. A memória recente de quem tem Alzheimer é apagada a todo momento, mas a velha preocupação da divisão fraterna, ela não esquece. Em seus olhos percebe-se a paz que o mundo inteiro anseia. E basta alguns minutos ao seu lado para voltar à realidade revigorado (a).

Qualquer descendente ou amigo (a) que conviveu no passado e ainda convive experimenta essa verdade. É a plena juventude da vida. Ser idosa (o), assim, é sublime! É rezar orando a simplicidade da companhia e partilhar a paz.

Maria de Lourdes Souza Barreto -

PULO DO SAPO GANHA CARNAVAL EM BARRA MANSA

O bloco traz sempre a imagem de um sapo para a avenida
Foto: Antônio Carlos Barreto -

O bloco o Pulo do Sapo foi o campeão do Carnaval de Barra Mansa, que este ano voltou para a Avenida Joaquim Leite, a principal do município. Criado há três décadas pelo carnavalesco Ivo Brandão e a família Noronha, o Pulo do Sapo desfila todos os anos com um pequeno carro alegórico na forma de um sapo. É o destaque maior da agremiação, nascida na zona norte da cidade, no bairro Nossa Senhora de Lourdes, popular Vila Brígida.
Em segundo, lugar ficou o bloco Império da Banda G, que reúne o público GLS e simpatizantes. O tema levado para a avenida teve associação com o nome da agremiação: "A energia que conduz, reluz e a Banda G na passarela do futuro tudo reproduz. Abram ala para a sustentabilidade". 
O enredo foi desenvolvido pelo próprio presidente do bloco, Alexandre Rocha. O Bloco Carnavalesco Acadêmicos da Periferia Leste, da comunidade do Metalúrgico fez seu enredo com a mensagem "A Periferia Leste exalta as riquezas da África e no carnaval", criado pelo carnavalesco Oswaldo Freitas. O bloco ainda não tem 10 anos de existência.
O Pulo do Sapo, fundado em 1981, é bicampeão e já detém 11 títulos do carnaval barra-mansense. Este ano, o bloco prestou homenagem ao jovem Maykel Zamir da Silva Noronha, que morreu no início de 2011, em uma lagoa em Seropédica/RJ. 
Filho da presidente do bloco Maria Aparecida da Silva Noronha e de Henrique Zamir Noronha, o "Kiko” (que foi dirigente do bloco), Maikel foi "carnavalesco" desde pequeno.
- Decidi fazer essa homenagem ao meu filho, que era mestre de bateria, porque ele era muito alegre e adorava Carnaval. Ele costumava dizer que era o samba e que quando morresse, não queria choro – disse a presidente. O tema levado para a avenida foi “Saudade sim, tristeza não”.
O Império da Saudade ganhou o carnaval das escolas de samba. Em segundo, ficou a Unidos da Boa Sorte e em terceiro Mocidade da Vila Maria. 
A festa de Carnaval tinha sido levada para o antigo Quartel de Barra Mansa, hoje Parque da Cidade. Mas, a volta às origens, conforme lembrou o carnavalesco Zé João, trouxe novamente a população às ruas. 
Segundo o jornal Foco Regional, estima-se que cerca de 12 mil pessoas assistiram o carnaval de rua de Barra Mansa. 

Texto produzido com base em reportagens de o Diário do Vale e Foco Regional -
Foto: Foco Regional