Em
entrevista à Agência
Brasil,
o epidemiologista e secretário-geral da Sociedade Brasileira de
Dengue e Arbovirose, Luciano Pamplona, que
também é professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal
do Ceará (UFC), disse
que o Aedes
aegypti já
pode ser considerado um mosquito doméstico. Dados
do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), do
Ministério da Saúde, apontam que, no Nordeste, o principal tipo de
criadouro do mosquito são tonéis e caixas d’água. Nas regiões
Sudeste e Centro-Oeste, o depósito domiciliar, categoria em que se
enquadram vasos de plantas e garrafas, predomina como criadouro do
vetor. No Norte e no Sul, a maior parte dos criadouros do mosquito
está no lixo.
Segundo
a Agência Brasil, o mosquito, que
há 50 anos deixava a floresta rumo às cidades, é originário do
Egito, no continente africano, de onde se espalhou para o mundo,
chegando primeiro às Américas e, em seguida, à Asia.
Na entrevista que
concedeu à Agência, Pamplona
afirmou que o Aedes
aegypti é
hoje um
mosquito doméstico, totalmente adaptado aos hábitos domiciliares e
a
principal prova disso é que
em
torno de 80% a 90% dos focos do vetor estão dentro das casas das
pessoas.
Conforme
ele,
a definição de água limpa para o mosquito é muito relativa. “E
mais: se não houver um recipiente com água limpa, ele procura a
menos limpa, até chegar ao esgoto. Tudo pode se transformar em
foco",
completou
o especialista.
Pamplona
disse
que a
fêmea tem sim preferência por água parada e
locais mais escuros, e
até mesmo
paredes porosas e
com pouco movimento para que
os ovos sejam
fixados. Quanto
aos altos apartamentos, não é problema para o mosquito,
pois
apesar
de não voar a grandes altitudes, ele
usa os mesmos meios que os humanos: sobe
de elevador, anda de carro e
viaja de avião.
-
O
mosquito se locomove utilizando os mesmos mecanismos que a gente.
Onde a gente vai, ele vai atrás,
diz.
No final da entrevista, o
epidemiologista falou
sobre o
Zika, que, segundo ele, é uma
doença de pouquíssima gravidade e que, em 80% dos casos, não causa
nenhum sintoma. Para Pamplona, as
três pessoas que morreram com a doença
podem ter tido
fatores
associados, que contribuíram com
a morte.
- No caso da dengue, temos mais de 800 pessoas morrendo
por ano no Brasil. O fato é que ainda temos muito mais perguntas que
respostas. Creio que vamos demorar um bom tempo estudando o vírus
Zika, conclui.
Fonte:
Agência Brasil ( texto adaptado ) -
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