16 fevereiro, 2016

PROFESSOR DIZ QUE AEDES AEGYPTI JÀ É CONSIDERADO UM MOSQUITO DOMÉSTICO

Em entrevista à Agência Brasil, o epidemiologista e secretário-geral da Sociedade Brasileira de Dengue e Arbovirose, Luciano Pamplona, que também é professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), disse que o Aedes aegypti já pode ser considerado um mosquito doméstico. Dados do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), do Ministério da Saúde, apontam que, no Nordeste, o principal tipo de criadouro do mosquito são tonéis e caixas d’água. Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, o depósito domiciliar, categoria em que se enquadram vasos de plantas e garrafas, predomina como criadouro do vetor. No Norte e no Sul, a maior parte dos criadouros do mosquito está no lixo.
Segundo a Agência Brasil, o mosquito, que há 50 anos deixava a floresta rumo às cidades, é originário do Egito, no continente africano, de onde se espalhou para o mundo, chegando primeiro às Américas e, em seguida, à Asia.
Na entrevista que concedeu à Agência, Pamplona afirmou que o Aedes aegypti é hoje um mosquito doméstico, totalmente adaptado aos hábitos domiciliares e a principal prova disso é que em torno de 80% a 90% dos focos do vetor estão dentro das casas das pessoas.
Conforme ele, a definição de água limpa para o mosquito é muito relativa. “E mais: se não houver um recipiente com água limpa, ele procura a menos limpa, até chegar ao esgoto. Tudo pode se transformar em foco", completou o especialista.
Pamplona disse que a fêmea tem sim preferência por água parada e locais mais escuros, e até mesmo paredes porosas e com pouco movimento para que os ovos sejam fixados. Quanto aos altos apartamentos, não é problema para o mosquito, pois apesar de não voar a grandes altitudes, ele usa os mesmos meios que os humanos: sobe de elevador, anda de carro e viaja de avião.
- O mosquito se locomove utilizando os mesmos mecanismos que a gente. Onde a gente vai, ele vai atrás, diz.
No final da entrevista, o epidemiologista falou sobre o Zika, que, segundo ele, é uma doença de pouquíssima gravidade e que, em 80% dos casos, não causa nenhum sintoma. Para Pamplona, as três pessoas que morreram com a doença podem ter tido fatores associados, que contribuíram com a morte.
- No caso da dengue, temos mais de 800 pessoas morrendo por ano no Brasil. O fato é que ainda temos muito mais perguntas que respostas. Creio que vamos demorar um bom tempo estudando o vírus Zika, conclui.

Fonte: Agência Brasil ( texto adaptado ) -

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