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O Bispo Dom Francisco, padre Juarez e Léo. |
Lançada ontem (1) à tarde a Campanha da Fraternidade 2017, em Volta Redonda. Com o tema Biomas Brasileiros e Defesa da Vida, baseado na passagem bíblica (Gn 2,15) "Cultivar e guardar a criação", o bispo Dom Francisco Biasin falou sobre o tema, acompanhado do Padre Juarez Sampaio, do analista ambiental Sandro Leonardo, o Léo, e da coordenadora da Comissão Ambiental Sul, Adriana Vasconcelos. O evento ocorreu no auditório da Cúria Diocesana, na Vila Santa Cecília.
O bispo falou do envolvimento de segmentos da igreja na defesa da vida e da Casa Comum, a Mata Atlântica, um dos biomas mais atingidos, citando os outros: Amazônia, Caatinga, Pampa e Pantanal. Expliciotu os problemas, importância e a necessidade urgente da preservação deles, em função da vida.
Alguns pontos se destacaram durante à coletiva: a questão da poluição provocada pela CSN no bairro Volta Grande, em Volta Redonda, o Rio Paraíba do Sul e a constatação de que, entre os citados, a Mata Atlântica é onde problemas estão mais evidentes e mais ao alcance da igreja local.
Se em Barra Mansa e em Volta Redonda, respectivamente, há apenas 11% e 10% de mata preservada, como lembrou Léo, a cidadania, independente de religião, precisa ser exercida, complementou Dom Francisco.
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Material da CF-2017 |
Segundo ele, a Campanha da Fraternidade deste ano, em continuidade a do ano passado, vê a questão ecológica em sua globalidade. "Quando se atinge a natureza, atinge sempre os mais pobres", lembrou, destacando que "defender e recuperar o Rio Paraíba é de vital importância para nós".
Se perguntas foram poucas, as respostas são muitas e se resumem à fala da mesa, que chama as comunidades à preservação, ao cuidado e luta, mostrando culpados: população, (cidadão comum), grandes empresas (empresários), pecuaristas e monocultores da soja, entre outros.
A preocupação da Igreja com Biomas é justificada pelo Padre Juarez Sampaio, que fez um breve resumo das outras campanhas da igreja católica, reportando-se às décadas de 1970 e 1980, quando o assunto também referiu-se à questão ecológica.
"Onde há mata preservada?", indagou o padre, citando desertificação e braqueara às margens das Rodovias. "Não adianta hospital de ponta, se não temos água de qualidade", ressaltou.
A ambientalista Adriana, que coordena comissão nascida de pastoral da igreja, lembrou que o rio Brandão, que corta a cidade de Volta Redonda, se purifica, quando passa por dentro da Floresta da Cicuta, ou seja, o bioma Cicuta preservado funciona como um filtro. "A maior crise que temos hoje, e a crise ecológica", disse.
O também engenheiro de floresta, Léo, enumerou a deterioração de cada bioma, destacando a Mata Atlântica, devastada desde a descoberta do Brasil e que conta, atualmente, com apenas 12% de toda sua extensão original.
E o mais grave: da pequena extensão que há hoje, 80% estão fragmentadas em matas, menores que um campo de futebol, o que diminui ainda mais sua capacidade de sustentação ambiental. E mais, apenas 9% dessas áreas estão legalmente protegidas por Lei.
Para melhorar o "quadro verde" apresentado por Léo, segundo ele próprio, é preciso o envolvimento público social, cobrança dos poderes públicos e restauração e a recuperação de todos os biomas, incluindo proteção aos indígenas.
No que diz respeito à Casa Comum, citada pelo bispo - como de responsabilidade direta da Região, Léo comentou sobre o Plano Municipal da Mata Atlântica e a lei de recuperação de todos os biomas, que exige compromisso de preservação de 17% de todos os biomas do país até 2020, meta iniciada apenas pelo município de Mendes.
A crítica à privatização da Cedae e a preocupação com a privatização de outros órgãos de água, principalmente da região, foi lembrada. No final da coletiva, a mesa forneceu material da Campanha. Manual, texto-base e folhetos quaresmais da CF-2017 foram fornecidos a representantes das comunidades e à imprensa, assim como cd e dvd, adesivos, camiseta, baners e cartazes.
Foto: Cesar Dulcidi - Banner: Fotografado de materiais recebidos