09 março, 2020

MULHERES À FRENTE DA PESQUISA: GENOMA DO CORONAVÍRUS, DENGUE E ZIKA

Imagem de mulher em laboratório da Freepik 
A Ciência no Brasil está sob comandado das mulheres, conforme artigo publicado na Folha de São Paulo e no Café da Manhã, um programa de áudio que é publicado no Spotify e divulgado em parceria com o mesmo jornal. Uma equipe liderada por duas mulheres, a diretora do Instituto de Medicina Tropical da USP, Ester Sabino, e a pós-doutora da Faculdade de Medicina da USP, Jaqueline Góes de Jesus. foi que sequenciou, em tempo record, o genoma do corona vírus. As duas e outras pesquisadoras brasileiras foram entrevistadas. Há pelo menos 250 pesquisadoras que são referência no Brasil.
No áudio, que pode ser ouvido gratuitamente, quatro cientistas, mais a jornalista Giulliana Biaconi, diretora da Gênero e Número, são entrevistadas pela produtora do Café da Manhã, Jéssica Maes. O sequenciamento feito pela equipe feminina ajuda a montar um histórico do vírus para conter sua disseminação. 
Ao entrevistar as cientistas, Jéssica Maes apurou que as duas trabalham há tempo no sequenciamento genético de vírus como o da dengue e do zica, o que facilitou o sequenciamento do corona. A pesquisadora Jaqueline Góes de Jesus lembrou que a equipe está extremamente treinada, por já ter feito diversas mudanças em diversos protocolos dando mais confiança à equipe, que já otimizou custo e tempo na pesquisa.
O fato interessante dito por Maes é que quando começou há seis anos a acompanhar o trabalho de pesquisa de Ciência, sempre que jogava no Google, ele se referia "ao pesquisador, "o cientista", nunca no feminino. Segundo ela, apesar da presença feminina cada vez maior nas pesquisas, nem sempre a imagem de uma mulher de jaleco é que vem à cabeça quando se pensa em Ciência.
- É importante dar essa cara à ciência brasileira, ter essa representatividade para que outras mulheres, adolescentes em fase de decisão para uma carreira, além de crianças, tenham também em que ou quem se inspirar, disse Jaqueline Góes de Jesus.
A questão do machismo na profissão não é somente no Brasil, conforme dados da Unesco de 2015, revelados pela produtora, a quantidade de mulheres no mundo acadêmico vai diminuindo ao longo da carreira. Cai  de 53% a 28% da graduação à pesquisa e ao pós-doutorado. Jéssica lembra que a divulgação predominante que se vê, tanto nos livros de história e nas imagens das mais diversas revistas é de homens e pesquisadores de jaleco. 
Para reafirmar a participação feminina, ela citou a premiação internacional Para Mulheres na Ciência, promoção da empresa francesa L'Oréal em parceria coma Unesco, que já este ano premiou a  Patrícia de Medeiros e a epidemiologista libanesa Abla Sibai, que advoga pelo envelhecimento saudável em países de renda média a baixa. A Patricia foi a unica brasileira, segundo ela, a receber o prêmio Talento Internacional em Ascensão. 


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