Um grande número de veteranas do
Exército dos EUA se tornou população de rua por causa de traumas ocasionadas
por violência e assédio sexual em serviço. Algumas sofreram abuso em família e
foram para a vida militar pensando que seria diferente. A reportagem de
o New York Times, no final de fevereiro - publicada
por UOL/Notícias enumera fotos dessas mulheres, com legendas, divulgando suas
histórias.
Segundo a reportagem, mulheres que
serviram fora de seu país, com os abusos - normalmente de militares com
patentes superiores, retornaram aos EUA traumatizadas, encontrando a rua e o
relento como moradia. Até mesmo por falta de assistência, como revela a
reportagem. De 20 veteranas do exército americano entrevistadas, 16 disseram
ter sido vítimas de violência sexual no trabalho e algumas foram perseguidas.
Um estudo revelou que 53% das mulheres
veteranas que sofreram trauma sexual vivem nas ruas. Pesquisadores e psicólogos
concluíram que a rua se tornou um caminho comum para as militares agredidas, ou
sofreram trauma sexual militar (MST, na sigla em Inglês). Algumas concluíram o
programa de terapia intensiva, em Long Beach, na Califórnia, e hoje compartilham
suas experiências e porque ficaram sem-teto e foram para as ruas.
A militar identificada como Sra. Jackson revelou que quando estava na base militar da Coréia do Sul um colega a agarrou
pela garganta, estuprando-a no chão encharcado de urina de um banheiro feminino.
Por sete anos ela viveu na rua e conta que nunca conseguiu esquecer.
Jenifer Cortez, 26, foi sargento e
teve dificuldade em encontrar trabalho desde que deixou o serviço ativo em 2011.
Por não querer ser um fardo à família, como ela mesma revelou, chegou a viver
por um tempo em seu carro. Cortez, que conquistou medalhas no Iraque, de volta ao seu país passou três anos na prisão por tráfico de drogas. Ela confidenciou a um
psiquiatra que muitas de suas "más decisões" foram resultantes de
trauma sexual.
Nancy Mitchell, 53, que chegou ao
cargo de marechal, passou anos vivendo em uma tenda. "Eu percebi que
precisava de ajuda", diz ela, atualmente, no conforto da casa da mãe, em
Palmdale, norte de Los Angeles.
Entre os casos de mulheres molestadas no lar, Lauren Felber é exemplo. A decisão de entrar no serviço militar era um
instinto de auto-preservação: ela disse ter sido molestada por seu pai durante
a sua juventude.
- "Ele está morto agora", disse ela,
secamente. Lauren pensou que o Exército iria fazê-la forte. Tornou-se
viciada em analgésicos, incluindo metadona. Foi ao “fundo do poço” e
esteve em Pershing Square, no centro de Los Angeles, onde, com toda a beleza, suas fontes e palmeiras, dormiu nos degraus e comeu em calçadas
- "Na rua, todo mundo está
batalhando, vendendo alguma coisa, mesmo que seja amizade", disse ela.
Perfil militar americano - Um dado alarmante: de 141 mil veteranas em todo o país que passaram pelo menos uma noite em um abrigo em 2011, quase 10% eram mulheres, conforme dados do Departamento de Habitação de Desenvolvimento Humano. Reflexo da mudança do perfil militar americano dos últimos anos. As mulheres representam, atualmente, 14% da força ativa militar 18% da Guarda Nacional do Exército de Reservas.
Estudos revelaram, também, que as veteranas
são mais propensas a ser mãe solteiras. A reportagem revelou que 60% dos
programas habitacionais não recebem.com regularidade verbas do Departamento para
de Assuntos de Veteranos de Guerra. E que as moradias não aceitam criança ou
quando aceitam impõem restrições de limite de idade, de acordo com relatório de
2011 do Escritório de Responsabilidade Governo.
Fonte: New York Times ***** Uol/Notícias -
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