A internet foi criada pela NASA para fins
bélicos e hoje é de domínio público. Os drones também; foram feitos a partir de
bombas voadoras alemãs e, pode-se dizer, aprimorados a exemplo de mísseis e de
robôs que tiram foto no espaço. O controle remoto é de domínio popular.
Manuseado por qualquer criança, como brinquedos, os drones são veículos
não tripulados que podem andar no ar, na terra e no mar. Antes de domínio
militar, começam a tomar direção doméstica.
A banalização deles, conforme explica a
especialista em legislação de conflitos armados e professora de leis
humanitárias da Universidade de Harvard, nos EUA, Gabriella Blum, é uma ameaça
não debatida ou pensada como deveria. É uma tecnologia de poder popularizada,
que permite “a grupos e indivíduos desafiar o Estado com meios que antes eram
monopólio do Estado”, diz ela em entrevista à Folha.
A polícia de Nova York já fala em vigilância com
o uso dos drones, fabricados por empresas privadas e produzidos em 45 países,
incluindo o Brasil. Estão disponíveis na Internet, onde há site que
sugerem até como fazê-los. Podem ser usados pela policia, na perseguição de terroristas; por empresa particular de vigilância ou não; por guerrilhas no rastreamento de
intrusos; por ONGs ou marido ou mulher desconfiados e etc.
Em breve, alerta a professora, o mundo terá
pessoas usando drones para o entretenimento, defesa pessoal, mas também o
caminho estará aberto para os mal-intencionados os aplicarem no roubo e na
violência. Ela cita uma “sorrateira aranha assassina", para exemplificar, também, como se pode ter um mal ou bem à porta. O perigo é que a tecnologia avança mais
que a capacidade humana de regulamentar as ações cotidianas, por meios de Leis,
nem sempre cumpridas e vigiadas.
Texto construído com base em Entrevista no caderno
"ilustríssima" de o jornal "Folha de São Paulo",
de 5 de Agosto de 2012.
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