08 setembro, 2012

PARA O BEM E O MAL, OS DRONES BATEM À PORTA

A internet foi criada pela NASA para fins bélicos e hoje é de domínio público. Os drones também; foram feitos a partir de bombas voadoras alemãs e, pode-se dizer, aprimorados a exemplo de mísseis e de robôs que tiram foto no espaço. O controle remoto é de domínio popular. Manuseado por qualquer criança, como brinquedos, os drones são veículos  não tripulados que podem andar no ar, na terra e no mar. Antes de domínio militar, começam a tomar direção doméstica.
A banalização deles, conforme explica a especialista em legislação de conflitos armados e professora de leis humanitárias da Universidade de Harvard, nos EUA, Gabriella Blum, é uma ameaça não debatida ou pensada como deveria. É uma tecnologia de poder popularizada, que permite “a grupos e indivíduos desafiar o Estado com meios que antes eram monopólio do Estado”, diz ela em entrevista à Folha
A polícia de Nova York já fala em vigilância com o uso dos drones, fabricados por empresas privadas e produzidos em 45 países, incluindo o Brasil. Estão disponíveis na Internet, onde há site que sugerem até como fazê-los. Podem ser usados pela policia, na perseguição de terroristas; por empresa particular de vigilância ou não; por guerrilhas no rastreamento de intrusos; por ONGs ou marido ou mulher desconfiados e etc. 
Em breve, alerta a professora, o mundo terá pessoas usando drones para o entretenimento, defesa pessoal, mas também o caminho estará aberto para os mal-intencionados os aplicarem no roubo e na violência. Ela cita uma “sorrateira aranha assassina", para exemplificar, também, como se pode ter um mal ou bem à porta. O perigo é que a tecnologia avança mais que a capacidade humana de regulamentar as ações cotidianas, por meios de Leis, nem sempre cumpridas e vigiadas.
Texto construído com base em Entrevista no caderno "ilustríssima" de o jornal "Folha de São Paulo", de 5 de Agosto de 2012. 

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