AS ÁGUAS DE MARÇO AINDA NÃO VIRARAM NOTÍCIAS

O mês de março se acomoda, depois do Carnaval e com o reinício (agora é de verdade) das aulas, com um aviso de que agora o 2012 seguirá seu trajeto normal. As últimas notícias chamam a atenção da opinião pública, comovem famílias e referem-se a vítimas fatais em divertimento e lazer, trabalho ou causa social. Avançam de um mês a outro.

Na Antártida dois militares morrem num incêndio. Um acidente em parque de diversão, na cidade de Vinhedo/SP, mata menor, de 14 anos, que a nove não vinha ao Brasil. A morte em um vulcão no Chile de um jovem que gostava de aventuras e o atropelamento fatal, na Avenida Paulista de uma ciclista - bióloga, idealista, preocupada com questões sociais.

As notícias regionais/nacional fazem um redemoinho na cabeça, apagando da mente,  por um momento, as da cidade de cada um. Algumas tão graves como àquelas; de apelo emocional grande, evolvendo pessoas e fatos de um convívio mais próximo.

E a primeira quinzena de março avança. Vem à lembrança, a reportagem de a Folha, relatando o interesse de por redes sociais, como Facebook e de outros, por idosos que já fazem tatuagens na pele envelhecida, sem nenhum constrangimento.

A polêmica da Justiça que condena um verbete do dicionário de Antônio Houaiss faz lembrar outras palavras como “cigano”, vistas no Aurélio. “Você é um cão”, pode ser elogioso, lembra Carlos Heitor Cony em sua coluna no jornal citado acima.

Mas, antes que termine a quinzena, resta torcer por notícias simples sobre os “filatelistas brasileiros” a “música clássica”, o “fuzileiro naval”, o “combate o sedentarismo mundial”. Ou ainda artigos simples exaltando as mulheres de todo o mundo, que têm o seu dia em 8 de março. Fica a impressão que as águas de março não serão o forte das notícias deste ano.