A população do Pará não aprovou sua divisão. Mas a discussão não se encerra. Há no congresso pelo menos 14 projetos para dividir estados.
Na crônica de hoje de o "Bom Dia Rio", ao fazer o que se chama “uma avaliação do resultado de plebiscito no Pará”, o repórter Alexandre Garcia faz na verdade uma análise de conjuntura sobre os interesses próprios da maioria dos políticos - e isso de todo Brasil, não ficando fora Barra Mansa e cidades da regi ão.
Ao querer dividir e aumentar cidades, cargos e responsabilidades sem consultar a população, sem uma avaliação técnica, sem a busca por solução dos problemas que cada localidade tem, sem a distribuição de renda igualitária, qualquer homem público ou grupo visa interesse particular.
É fato, disse Garcia: “todos querem poder. Dois em cada três eleitores do Pará disseram não à divisão do estado”. Portanto, foi o povo que decidiu pela não divisão.
O repórter da TV Globo fez um bom apanhado, citando as outras divisões que já teve no Brasil, decidida por políticos no poder. Ao povo, não coube nenhum palpite.
“Mato Grosso do Sul foi criado por lei complementar e Tocantins pela constituição de 88. Agora, perguntou-se aos eleitores se queriam dividir o Pará e a resposta foi não”.
E ele tem razão. Sem as medidas citadas acima e algumas mais, multiplicar governos é multiplicar os encargos da população, que paga a conta. São mais palácios, governadores, deputados federais e estaduais, senadores e mais tribunais de contas.
E a crônica prossegue.
Nos últimos 40 anos o número de municípios passou de 2,5 mil para 5.566. No Rio Grande do Sul, lembrou Garcia, chegaram a criar duas cidades, uma em cada margem da mesma estrada federal. Lá já foi aprovado o aumento na quantidade de vereadores, o que acontece no país inteiro. E o prazo para aumentar o numero de vereadores vai até junho de 2012. Até lá podem ser criados de cinco a oito mil vagas, chegando ao total de cerca de 65 mil vereadores no país. E Barra Mansa engrossa essa estatística.
Alexandre Garcia conclui com uma verdade. O inchaço da administração pública não tem sido sinônimo de qualidade dos serviços à população.
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