A Belo Monte - hidrelétrica que será construída entre as cidades de Altamira e Vitória do Xingu, é a maior e mais polêmica obra em andamento no Brasil. O represamento do rio contará com duas barragens e dois reservatórios. Populações ribeirinhas - famílias que vivem há anos no local, índios e agricultores temem o futuro na região. A série de reportagens vem sendo exibida pelo Jornal Nacional e uma delas foi ao ar ontem (23/08). Mas, a polêmica já vem sendo divulgada e opinada por diversos autores, há tempo, nos jornais.
Conforme a reportagem, o Xingu é “um espelho, onde o céu e o rio se confundem”. A imensidão do rio (1,9 mil quilômetros) percorre do Cerrado, em Mato Grosso, à Floresta Amazônica, no Pará. O curso natural do rio será desviado e na área onde hoje o Xingu faz uma grande curva ( Volta Grande) sua vazão será reduzida. Os índios entoam cantos de guerra, pois sabem que serão prejudicados. “Sem a água, não tem comunidade viva”, diz um deles.
A polêmica é antiga. Estudos iniciais, há 30 anos, previam a inundação de terras indígenas e os índios vêm demonstrando suas insatisfações, até mesmo com agressividade, conforme reportagens mostradas pelo próprio Jornal Nacional. Com isso, o projeto mudou e nenhuma aldeia será alagada. Mas, a falta d’água ainda é certa, na opinião dos nativos. “Essa água, para nós, é benta”, diz outro índio. Famílias ribeirinhas e índios que vivem na região temem diminuição da fartura de peixes e dificuldade ainda maior no transporte.
“Quem sabe vai acontecer a guerra: branco morre, índio morre. Até no final, eu quero ver acontecer esse barramento”, alerta o cacique Ireô, da tribo Caiapó.
Por exigência da Funai e do Ibama, a água terá que ser garantida na Volta Grande. De acordo com o projeto, na época da chuva, quando o rio enche, parte da água será desviada para a usina. Na época da seca, para manter a vazão na Volta Grande, a usina poderá reduzir a produção de energia ou até parar.
As autoridades do país asseguram que vai ser bom e país, para desenvolver, precisa gerar mais energia, mas, conforme faz entender a própria reportagem, que garantia têm o moradores? E os que vão ficar sem moradias? Moradores antes incentivados á preservação, agora terão que abandonar as terras para o alagamento. Segundo a reportagem, a empresa construtora ainda não apresentou uma área para indenização dos perdedores. Fica a polêmica.
O Ministério Público Federal questionou na Justiça desde os estudos que permitiram a concessão da licença à instalação da usina à forma de como as audiências públicas foram conduzidas. Doze ações aguardam julgamento.
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