16 abril, 2011

AIDS JÁ MATA HÁ PELO MENOS UM SÉCULO

Suspeita-se que a AIDS, detectada oficialmente em 1981, exista há mais de 50 mil anos. E com isso, já teria matado 25 milhões de pessoas em todo o mundo. E qual a razão de ter demorado a aparecer ou ser detectado? Em Junho de 1981, médicos se depararam com um tipo estranho de pneumonia em cinco jovens homossexuais de Los Angeles, nos Estados Unidos. Dois anos depois, a causa de sua imunodeficiência foi identificada. O culpado era um retrovírus que atacava as células de defesa - daí veio o nome vírus da imunodeficiência humana (HIV).
Agora, com base em amostras coletadas há 50 anos na atual República Democrática do Congo (RDC), tem-se ideia de quanto antiga é a origem deste mesmo HIVO vírus foi encontrado por pesquisadores em 1998, em uma amostra de sangue de 1959. E reaparece novamente em 2008, em um exame de nódulos linfáticos em uma mulher em no ano seguinte.
Sutilmente, os dois vírus não eram iguais, se comparada à evolução do histórico particular de cada caso. Mas, avaliando a sequência genética, concluiu-se que eles, provavelmente, divergiram de um ancestral comum entre os anos de 1902 e 1921. Daí, a suspeita que o HIV esteje com a humanidade desde, pelo menos, este período.
As sequências genéticas também revelam que o HIV difundiu-se da África para o Haiti - provavelmente logo depois da atual RDC conquistar sua independência da Bélgica, em 1960. O vírus teria chegado aos EUA em 1969.
Paul Sharp, da Universidade de Edimburgo, na Escócia, acredita  que o vírus ficou no "anonimato" por pelo menos 70 anos. Com isso,  avalia ele, “se a infecção seguiu uma curva exponencial, o centro-oeste africano pode ter sido palco de quatro mil casos já na década de 1960.
Com esse cálculo, o número de infectados pode ter chegado a 100 mil no ano em que o vírus enfim foi descoberto. O número chama a atenção, mesmo porque, à época, o HIV já não era mazela exclusiva da África Subsariana.

Texto adaptado, com base em reportagem publicada no jornal O Globo, de 15 de abril de 2011.

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