14 setembro, 2010

A HISTÓRIA DA IGREJA TEM SIMILARES NO PRESENTE

Catedral da Sé - São Paulo
Foto:WIKIPÉDIA: 

O livro de Leo Huberman, "A História da Riqueza do Homem", concluído em 1936, é atual nos dias de hoje, tentando explicar a história pela teoria econômica e a teoria econômica pela história. Faz uma análise geral sobre capitalismo, sobre mercado, intercambio entre nações, trabalhadores, camponeses, mercantilismo, moeda e a riqueza dos estados. O assunto é tão presente, quando trata da desvalorização da moeda, acumulação de ouro e prata, mercantilismo e expansão de mercado, em paralelo com economia de mercado, logística, exportação e globalização. Qualquer ensino sobre globalização e justificado pelas teorias encontradas no livro de Huberman.
O texto abaixo, copiado do 1º capítulo, um preâmbulo da primeira parte do livro - Do Feudalismo ao Capitalismo, revela ações de uma Igreja-governo dominadora, em um dos períodos significativo da História. É uma das políticas mais intrigantes da Igreja: o celibato dos padres. Com a reforma religiosa de Lutero, que derruba a figura do líder solteiro, sem família constituída, surge o pastor, não de ovelhas, mas pastor de pessoas. Diferente do padre, o pastor pode se casar e apresenta uma nova doutrina, desmistificando o altar e trocando a missa tradicional por um culto sem simbolismo e dogmas. Mudando a forma da Igreja de vitrais, rica, histórica e repleta de imagens de Santos, por templos mais simples. Atualmente, os templos se propagaram, em diversos credos e alguns ajudam a manter horário de TV e TVs independentes; alguns mantêm padrões de construção sofisticados, outros são tão pomposos quanto às igrejas católicas de outrora.

O texto a seguir, adaptado, foi retirado do Livro de Huberman. A história da igreja única do passado tem similares no presente.

A Igreja foi a maior proprietária de terras no período feudal. Homens preocupados com suas ações durante toda a vida e desejosos de estar de bem com Deus ao morrer, doavam terras à Igreja. Outros, vendo-a como realizadora de grandes obras de assistência aos doentes e aos pobres, querendo ajudar, davam terras. Alguns nobres e reis criaram o hábito de doarem terras inimigas adquiridas em guerras vitoriosas. Por esses e outros meios a Igreja aumentou seu patrimônio, tornado-se proprietária de entre um terço e metade de todas as terras da Europa ocidental.
No começo do feudalismo, a Igreja era dinâmica e progressista, porém muito ligada ao Império Romano, de que quem preservou muito a cultura. Incentivou o ensino e fundou escolas, ajudou os pobres, cuidou das crianças desamparadas em seus orfanatos e construiu hospitaispara os doentes. Os líderes católicos administravam melhor suas propriedades e aproveitavam muito mais suas terras que a nobreza leiga. Enquanto os nobres dividiam suas propriedades, a fim de atrair simpatizantes, a Igreja adquiria mais e mais terras. E esta é uma das razões por que se proibia o casamento aos padres: para não perder território mediante herança aos filhos de seus funcionários.
A Igreja também aumentou seus domínios com os “dízimos”. A taxa era de 10% sobre a renda de todos os fiéis. Assim se refere a respeito o historiador J.W.Thompson.
“O dízimo constituía um imposto territorial, um imposto de renda e um imposto de transmissão muito mais oneroso do que qualquer taxa conhecida nos tempos modernos. Agricultores e camponeses eram obrigados a entregar não apenas um décimo exato de toda sua produção... Cobravam-se dízimos de lã até mesmo da penugem dos gansos; à própria relva aparada ao longo da estrada pagava-se o direito de portagem; o colono que deduzia as despesas de trabalho antes de lançar o dízimo e suas colheitas era condenado ao inferno”.

Artigo de Mauro Cesar –
Com base no livro A HISTÓRIA DA RIQUEZA DOS HOMENS, de Leo Huberman, cap.1 – Sacerdotes, Guerreiros e Trabalhadores - Impresso na Editora Pensamentos S/A – Rua Domingos Paiva, 60- São Paulo/SP – 8ª Edição – Tradução Waltensir Dutra
Título Original: MAN’s WORLDLY GOODS – traduzido da 3ª Edição, 1959, pela Monthly Press, Nova York, EUA.

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