30 março, 2009

"BOCAS ABERTAS" DESPEJAM ESGOTO EM VALÃO

O Rio Barra Mansa, que originou o nome da cidade, já teve muitos peixes, recebia pequenas embarcações e tinha águas límpidas, transparentes. Ainda há muitos moradores sexagenários ou mais novos que podem atestar essa informação. O rio hoje é um grande valão: fétido e poluído, assoreado e tomado de “bocas abertas que despejam o esgoto doméstico a todo o momento". Assim se referiu aos vários canos brancos de esgoto ligados ao rio, o morador Jose Ribeiro, da Rua Leonísio Sócrates Batista, na Boa Sorte, em Barra Mansa. E este é o retrato de quase todas as cidades e do Vale do Paraíba paulista e fluminense. O que fazer?

O Jornal do Brasil, edição de ontem, 29/03, trouxe uma reportagem do Pólo Industrial de Resende. O município, onde está instalada a única indústria brasileira de enriquecimento de urânio, a INB (Indústria Nuclear Brasileira), consegue na atualidade tratar de 54% do esgoto que era despejado no Rio Paraíba. A média nacional é de 12%.
O governo de Barra Mansa entre 1997 e 2000, gestão da atual deputada estadual Inês Pandelô (PT), conseguiu construir a primeira estação de tratamento de esgoto do município. A partir daí, passos curtos foram dados, neste setor, em Barra Mansa.

As gerações futuras vão cobrar o atraso dessas iniciativas, que colocam em risco o abastecimento de água potável para todo o Vale do Paraíba, inclusive o Rio de Janeiro.

A sociedade organizada precisa começar a cobrar ação das autoridades, não pode esperar a situação piorar. E canalização das redes de esgoto em córregos e afluentes do Rio Paraíba de diversas cidades em todo Vale do Paraíba, aliado com a construção de estações de tratamento de esgoto, é urgente.

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