O adeus ao empresário têxtil, José de Alencar Gomes da Silva, será histórico. E o choro do companheiro, o primeiro presidente operário de sobrenome Silva, também, deixa claro a gratidão de amigo. Nos dois mandatos, Lula sempre exaltou o companheirismo e a lealdade de de seu vice de outro partido, literalmente, para sempre.
“O sonho acabou”. “Zé Alencar”, como disse tantas vezes Lula foi o grande companheiro, apesar de nunca ter participado de uma greve. Por isso, agora, quem diz “o sonho acabou” são os que aprenderam junto com Lula e com o Brasil a admirar a luta deste “Zé”, na presidência petista e, ainda, sua luta muito maior contra a doença. Com isso, termina o sonho de sua recuperação definitiva, do milagre da cura.
O ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff durante visita a José Alencar no hospital em São Paulo, 23/12/2010(Ricardo Stuckert/PR) |
O sorriso, mesmo que resvalado, sempre foi a maior arma de “Zé Alencar”. E sorrindo ele dizia estar vencendo todas as batalhas contra o câncer. E não se deixou morrer dentro do projeto “um país de todos”. Profetizou mais de uma vez que “se Deus o quisesse levar não precisaria da doença”. Então, por isso, ele precisava viver e viver.
Em pelo menos três eleições presidenciais se ouviu esta frase, “o sonho acabou” - alusiva às tentativas de Lula ao poder. Finalmente, o dia chegou e hoje, com consciência tranqüila, todo aquele, partidário ou não, que votou em Lula, está em paz consigo mesmo.
O nordestino, bóia-fria, Luiz Inácio da Silva e o seu vice José de Alencar Gomes da Silva, irmãos de luta e de origens distintas, não fizeram feio.
Foto extraída do site da Veja