10 maio, 2020

QUALIDADE AINDA É A MAIOR HONESTIDADE DO SER HUMANO

Com certeza amanha é segunda-feira, mas 

escrevo hoje, e é domingo
e nem um pingo de certeza se a certeza
é ver o crachá pendurado na parede
ou o verde
de amarelo desfilar na avenida, já passou
o quê? Sete de Setembro ou três de Outubro?
nos dois meses tem parada, mas
a parada é outra aqui na barra mansa, 
amansa o rio acidental,
dos sem dentes e dormentes
da linha férrea
e o fio dental arrebenta à toa, mas
tente negar ao rebento que aguarda o leite
ou ao guarda que guarda a rua a lua, 
na sua blusa falta um botão, 
que não se encaixa na casa
casa de novo, divorcia três vezes
são meses de espera para que a espera não fique
no mouse, pause os brilhos 
nos trilhos não vão passar mais trem
e tem aquele que acha
certo o incerto tornar-se novo
tem artista, pobre, mulher, rico,
sujo de graxa, ignorante, homem, 
ou importante indo embora,
cora, chora, implora
a doença não escolhe classe,
quem que amasse esse
ou o outro papel, chapéu
no chão, no céu
não tem globo que suporte
o forte corte de trabalhadores da firma,
firma seu pensamento em Deus, confia
não fia no que não conhece
esquece o tempo que se foi
pois, noite só existe, porque houve o dia
mas ouvir a voz da razão é mister
e mistura de folhas apodrecidas 
com cocô de animais é estrume, se arrume
estude enquanto há tempo, reze, preze
e estime os amigos, implote, ore,
a qualidade ainda é maior honestidade 
do ser humano que não sabe a verdade
pura miragem,
pois verdades não cabem na imagem, viver
dormir para acordar e sonhar a vida do dia seguinte

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