26 janeiro, 2013

A CORREÇÃO COMO INSTRUMENTO DE INFORMAÇÃO

No mundo atual, com a democratização da internet, todos - anônimos e profissionais – escrevem o que quer. E cabe a professores, colunistas, jornalistas e editores corrigir ou dar a quem é de direito o crédito do que foi escrito. E o colunista Ruy Castro, em artigo publicado na Folha, edição de sábado, dia 19 de Janeiro, faz isso com muita propriedade.  E quantas frases já não foram atribuídas a esses próprios colunistas?
Leia alguns trechos de seu artigo.
Outro dia, citaram uma frase, "Sem tesão não há solução", e a atribuíram a Nelson Rodrigues. E esta não era dele, mas do psiquiatra e humorista Roberto Freire. Nelson nunca diria aquilo. Nem era de seu estilo usar palavras como "tesão".
Também há pouco foi atribuída a Stanislaw Ponte Preta a frase "São Paulo é o túmulo do samba", dita por Vinicius de Moraes nos anos 50, numa boate paulistana cujos frequentadores falavam alto e abafavam o infeliz cantor -Johnny Alf. E, idem, alguém deixou escapar o verso de Fernando Pessoa, "Tudo vale a pena se a alma não é pequena", e atribuiu-o a Carlos Drummond de Andrade.

Neste caso, Ruy disse que quem deu a gafe, “corrigiu-se e até pediu perdão pelo clichê”. E ele continuou enumerando frases creditadas erradamente.

Já li o "Ora, direi, ouvir estrelas", de Olavo Bilac, atribuído a Castro Alves; o "Tu pisavas nos astros distraída", de Orestes Barbosa, atribuído a Noel Rosa; e "O que é bom para os EUA é bom para o Brasil", do político baiano Juracy Magalhães, atribuído a Paulo Francis. Mas nada se compara a "O sertanejo é, antes de tudo, um forte", de Euclydes da Cunha, atribuído a Mazzaropi.

Ruy Castro fecha seu artigo de forma fenomenal, dizendo que a troca às vezes até pega bem e cita uma atribuída ao colega de coluna, com quem alterna o espaço no jornal, Carlos Heitor Cony. A frase do grande escritor Guimarães Rosa, "A gente morre para provar que viveu". Segundo ele, o colega Cony, que não sei se um dia jogou bola, pegou a frase “matou no peito e emendou de primeira”.

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