A empresa Vale do Rio Doce está desenvolvendo, em parceria com a USP, tecnologia
na identificação de bactérias e fungos capazes de "comer" cobre. A idéia
é, no futuro, aproveitar economicamente os rejeitos produzidos no
beneficiamento do mineral e absorvidos por esses micro-organismos. Tendo êxito
o projeto, que conta com financiamento não reembolsável (a fundo perdido) de R$
12 milhões do BNDES e contrapartida de R$ 3 milhões da Vale, será a primeira
iniciativa no mundo a viabilizar economicamente os rejeitos da mineração e
beneficiamento do cobre.
A pesquisa segue na barragem de rejeitos da mina de Sossego, em Carajás (PA).
Para abrigar o detrito, a Vale aprofundou em quatro metros a barragem. Nessa espécie de lago onde são depositadas as sobras do processamento
do cobre, há 90 milhões de toneladas de detritos. Nessa sobras há teor residual
de 0,07% de cobre. O metal é raro na natureza: em uma tonelada de minério
extraída, só existe de 0,9% a 1,5% de cobre puro.
A primeira etapa é identificar a bactéria ou fungo ideal para
"comer" o cobre, com capacidade para absorver o maior volume possível
do metal. Trinta e cinco amostras de micro-organismos já foram coletadas na
própria barragem de rejeitos. Mas, os 20 pesquisadores da Engenharia Química da
USP envolvidos na pesquisa voltarão ao local em busca de mais amostras, a fim
de aumentar as chances de seleção dos melhores.
- "Será uma tecnologia
revolucionária para o mundo da mineração. O aproveitamento do cobre será muito
maior do que hoje", disse Eugênio Victorasso, diretor de operações de
cobre da empresa.
Fonte: Reportagem de Pedro Soares (RJ) de o jornal a Folha de São Paulo de 25 de agosto de 2012.
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