As mulheres têm duas vezes mais chances de sofrer depressão, do que os homens. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS), resultado de observações médicas há décadas nos consultórios. E a situação se repete entre os animais. A neurocientista Rita Valentino, pesquisadora do Hospital Infantil da Filadélfia, nos Estados Unidos, avaliou os sintomas depressivos depois de pesquisas com ratos de laboratório .
- “Precisamos de mais pesquisas para ter certeza de que o mesmo ocorre nos humanos”, diz Rita. “Mas isso nos ajuda a entender por que as mulheres podem ser mais suscetíveis à depressão.”
A divisão de papéis sociais entre homens e mulheres explica outro aspecto que faz com que a depressão seja mais associada às mulheres.
- “Elas procuram mais os médicos, logo, geram os diagnósticos oficiais que dão origens às estatísticas”, afirmou a psiquiatra Carmita Abdo, professora do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Os homens, por questões culturais, não expõem fraquezas emocionais. Aprendem desde pequenos que “meninos não choram”.
A presença de hormônios sexuais justificaria a prevalência da depressão feminina. Nas mulheres, o principal hormônio s sexual, o estrógeno, inibiria a atividade de uma substância no cérebro que ajuda a reduzir a ansiedade e a depressão. Nessa teoria, os homens teriam mais sorte – a testosterona, o principal hormônio masculino, estimularia a atividade da substância antiansiedade.
Tal balanço hormonal também parece ter relação direta com o sucesso do tratamento da depressão.
Parte de Reportagem extraída da Revista Época (Mar/2011)
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