Tenho uma octogenária em casa com Alzheimer. Ela é avó de minhas meninas e está sempre me perguntando: Que dia é hoje? Ao que respondo mostrando a folhinha da cozinha, com números grandes. Isto acontece inúmeras vezes nos momentos em que estou em casa.
Fica encantada com o computador, pela capacidade com que, por tantas horas, prende as meninas. Outras horas se preocupa-se com o gasto de energia: que a conta vai vir muito cara.
Acho intrigantes as coisas que sua mente criativa cria. E as histórias fidedignas repetidas tantas vezes com a mesma entonação. Carregadas da certeza de novidade e fidelidade.
Os objetos do lar, pratos, utensílios e travessas foram todos adquiridos por ela, conforme sempre lembra.
Há 30 anos, quando suas meninas eram ainda criança, ela comprou um computador para as filhas. Ela reafirma isto sempre, com certeza e simplicidade.
Só nos resta simplicidade e compressão. E ponto final.
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