04 março, 2013

VETERANAS DO EXÉRCITO DOS EUA VIVEM NAS RUAS

Um grande número de veteranas do Exército dos EUA se tornou população de rua por causa de traumas ocasionadas por violência e assédio sexual em serviço. Algumas sofreram abuso em família e foram para a vida militar pensando que seria diferente. A reportagem de o New York  Times, no final de fevereiro - publicada por UOL/Notícias enumera fotos dessas mulheres, com legendas, divulgando suas histórias.
Segundo a reportagem, mulheres que serviram fora de seu país, com os abusos - normalmente de militares com patentes superiores, retornaram aos EUA traumatizadas, encontrando a rua e o relento como moradia. Até mesmo por falta de assistência, como revela a reportagem. De 20 veteranas do exército americano entrevistadas, 16 disseram ter sido vítimas de violência sexual no trabalho e algumas foram perseguidas.
Um estudo revelou que 53% das mulheres veteranas que sofreram trauma sexual vivem nas ruas. Pesquisadores e psicólogos concluíram que a rua se tornou um caminho comum para as militares agredidas, ou sofreram trauma sexual militar (MST, na sigla em Inglês). Algumas concluíram o programa de terapia intensiva, em Long Beach, na Califórnia, e hoje compartilham suas experiências e porque ficaram sem-teto e foram para as ruas.
A militar identificada como Sra. Jackson revelou que quando estava na base militar da Coréia do Sul um colega a agarrou pela garganta, estuprando-a no chão encharcado de urina de um banheiro feminino. Por sete anos ela viveu na rua e conta que nunca conseguiu esquecer.
Jenifer Cortez, 26, foi sargento e teve dificuldade em encontrar trabalho desde que deixou o serviço ativo em 2011. Por não querer ser um fardo à família, como ela mesma revelou, chegou a viver por um tempo em seu carro. Cortez, que conquistou medalhas no Iraque, de volta ao seu país passou três anos na prisão por tráfico de drogas. Ela confidenciou a um psiquiatra que muitas de suas "más decisões" foram resultantes de trauma sexual.
Nancy Mitchell, 53, que chegou ao cargo de marechal, passou anos vivendo em uma tenda. "Eu percebi que precisava de ajuda", diz ela, atualmente, no conforto da casa da mãe, em Palmdale, norte de Los Angeles.
Entre os casos de mulheres molestadas no lar, Lauren Felber é exemplo. A decisão de entrar no serviço militar era um instinto de auto-preservação: ela disse ter sido molestada por seu pai durante a sua juventude. 
- "Ele está morto agora", disse ela, secamente. Lauren pensou que o Exército iria fazê-la forte. Tornou-se viciada em analgésicos, incluindo metadona. Foi ao “fundo do poço” e esteve em Pershing Square, no centro de Los Angeles, onde, com toda a beleza, suas fontes e palmeiras, dormiu nos degraus e comeu em calçadas
"Na rua, todo mundo está batalhando, vendendo alguma coisa, mesmo que seja amizade", disse ela.
Perfil militar americanoUm dado alarmante: de 141 mil veteranas em todo o país que passaram pelo menos uma noite em um abrigo em 2011, quase 10% eram mulheres, conforme dados do Departamento de Habitação de Desenvolvimento Humano. Reflexo da mudança do perfil militar americano dos últimos anos. As mulheres representam, atualmente, 14% da força ativa militar 18% da Guarda Nacional do Exército de Reservas.
Estudos revelaram, também, que as veteranas são mais propensas a ser mãe solteiras. A reportagem revelou que 60% dos programas habitacionais não recebem.com regularidade verbas do Departamento para de Assuntos de Veteranos de Guerra. E que as moradias não aceitam criança ou quando aceitam impõem restrições de limite de idade, de acordo com relatório de 2011 do Escritório de Responsabilidade Governo.


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